ONU pede que negociadores acelerem o passo em tratado sobre poluição plástica

Diretora do Pnuma relata impaciência e frustração com avanço lento do texto e pede consenso para inseri a questão no acordo

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Após dois anos de negociação, a quinta e última rodada para construção de um tratado internacional que acabe com a poluição plástica está sendo marcada por “impaciência”.

A observação é da diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em conversa com jornalistas em Busan, na Coreia do Sul, na quarta-feira (28).

Frustração “palpável”

Inger Andersen afirmou que a velocidade na elaboração do texto é insuficiente para concluir o tratado. Para ela, é muito claro que os países querem esse acordo, bem como a população em geral, e que por isso mesmo a frustração sentida na sala de negociação é “palpável”.

Resíduo plástico no fundo do mar (Foto: WikiCommons)

A chefe do Pnuma afirmou que com boa vontade e aceleração, esse acordo pode ser concluído e aprovado até este domingo (1º). Ela pediu que os negociadores se dediquem ao consenso e, em caso de impasse, avancem onde há mais convergência.

Para Andersen, o escopo da resolução que deu origem à negociação é “muito claro” e envolve uma abordagem do tempo de duração dos produtos plásticos, consumo e produção sustentáveis e a criação de um mecanismo de financiamento.

Redução da produção

Ela pediu que o texto seja colocado na mesa na quinta-feira. O que antes era um documento com 77 páginas está se transformando em artigos e capítulos.

Sobre temores de que o acordo não contenha nenhuma referência à produção de plásticos, Andersen afirmou que o ciclo de vida completo dos produtos e o foco em produção sustentável devem ser “parâmetros definidores” do texto.

A diretora do Pnuma ressaltou que a meta é “ver a redução daquilo que é despejado no meio ambiente”. No entanto, “o que isso representa em termos de redução da produção, cabe aos negociadores definir”, adicionou ela.

Ela reconheceu a experiencia dos diplomatas presentes em Busan, na Coreia do Sul, e afirmou que “todos concordam em acabar com a poluição plástica”, mas existem divergências de como fazer isso.

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