Preços dos alimentos descem para o nível mais baixo em quase três anos

Nova queda é liderada por custos de cereais e da carne, com Brasil citado por influenciar redução nessas categorias e no açúcar

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) baixou 118 pontos em janeiro. A variação corresponde a 1,1% em relação a dezembro e a 10% em relação ao período de um ano.

A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) revela que a queda para o nível mensal mais baixo em quase três anos foi impulsionada por reduções nos custos de cereais e na carne. 

Em dezembro, a medição mensal dos preços globais registrou 119,1 pontos, o índice mais baixo após fevereiro de 2021. 

O Brasil é mencionado entre os países que exerceram mais influência na baixa de 1,1% nos valores internacionais de carne bovina em janeiro, que aconteceu pelo sétimo mês consecutivo.

No primeiro mês de 2024, a demanda global de carne atingiu um novo recorde num contexto de forte procura global de importações, fraca oferta de gado pronto para abate no país e alta busca de reposição de rebanhos na Austrália

A redução de custos da carne se deveu à oferta abundante dos principais países exportadores e reduziu os preços internacionais das carnes de aves, bovina e suína, segundo a FAO.

Ferramenta da FAO permite comparar políticas públicas em diferentes países (Foto: Jean Beaufort/publicdomainpictures)
Preços dos alimentos no nível mais baixo em quase três anos (Foto: Jean Beaufort/publicdomainpictures)
Perspectivas de produção favoráveis 

Em relação à categoria do açúcar, o avanço das condições de cultivo no Brasil influenciou a queda de 1,9% num contexto de perspectivas de produção favoráveis ​​nos grandes países exportadores, que incluem Índia e Tailândia.

Quando aos cereais, a perspectiva de um máximo histórico da produção brasileira do milho teve influência na queda acentuada de preços do grão. A colheita começará em breve no Hemisfério Sul. 

A baixa de custos reflete a melhoria das condições das colheitas, o início da safra na Argentina e alta na oferta nos Estados Unidos. A produção na Argentina e na África do Sul esteve acima dos seus níveis médios.

A FAO destaca que os preços globais de exportação do trigo diminuíram em janeiro, impulsionados pela forte concorrência entre os exportadores e pela chegada de suprimentos recentemente colhidos nos países do hemisfério sul.

Ajustamento da produção global de cereais

A FAO também publicou o Índice de Produção de Cereais prevendo um recorde histórico de 2,8 bilhões de toneladas em 2023, uma alta de 1,2% em relação ao ano anterior.

De acordo com a agência, um ajustamento da produção global de cereais secundários prevê agora que se atinja o recorde de 1,5 bilhões de toneladas, após um ajuste para cima de 12 milhões de toneladas neste mês.

A base dos novos dados são registros do Canadá, da China, da Turquia e dos Estados Unidos, onde uma combinação de altos rendimentos e safras maiores do que o esperado apoiaram as estimativas de alta na produção de milho.

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