Chefes de cinco agências internacionais pedem urgência na ação de combate à crise global de segurança alimentar e nutricional. Cerca de 349 milhões de pessoas enfrentam o estágio agudo de insegurança alimentar em 79 países.
A desnutrição deve prevalecer após três anos de piora, segundo os chefes da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), do Banco Mundial, do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A comunicação conjunta ressalta que o abastecimento global de alimentos deverá cair para a menor taxa em três anos em 2022/2023, conforme a pobreza e a insegurança alimentar aumentam após décadas de ganhos de progressos.
Os autores do comunicado citam a situação causada pelos tremores na Turquia e na Síria e declaram que o choque sem precedentes no sistema alimentar global atinge os mais frágeis, com interrupções na cadeia de suprimentos, mudanças do clima, pandemia, restrições financeiras após o aumento das taxas de juros e a guerra na Ucrânia.
O comunicado destaca ainda a alta inflação de alimentos no mundo, com dezenas de países chegando a dois dígitos.

Proteção social para um bilhão de pessoas
A resposta à alta de preços de alimentos, combustíveis e fertilizantes custou mais de US$ 710 bilhões em medidas de proteção social para um bilhão de pessoas. O total inclui aproximadamente US$ 380 bilhões em subsídios.
Mesmo assim, somente US$ 4,3 bilhões foram gastos em nações de baixa renda para medidas de proteção social, em comparação com US$ 507,6 bilhões em economias de alta renda.
O apelo à ação urgente visa a travar a piora da crise de segurança alimentar e nutricional para os focos de fome, além de facilitar o comércio, melhorar o funcionamento dos mercados e fortalecer o papel do setor privado.
Por último, a recomendação das cinco instituições é que a atuação possa reformar e redirecionar subsídios com maior foco e eficiência.
Resultados nutricionais
Junto à atuação internacional para abordar desafios em áreas como proteção social e mercados de alimentos e fertilizantes, os cinco líderes pedem maior coordenação para evitar uma crise prolongada nessas três áreas.
Embora os preços das commodities alimentares e a demanda global estejam diminuindo, eles “permanecem acima das médias históricas, drenando os recursos das economias importadoras”.
O maior impacto da alta de custos é sobre os mais pobres que gastam mais do que seu orçamento permite com comida.
Para o grupo de instituições, há novas avaliações apontando que lacunas na acessibilidade dos alimentos estão piorando, afetando especialmente as crianças. O comunicado ressalta ainda que vem aumentando a já conhecida disparidade de insegurança alimentar, que coloca as mulheres em desvantagem em relação aos homens em todas as regiões do mundo.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News