A saída de Roberto Azevêdo da presidência da OMC (Organização Mundial do Comércio) não deve impulsionar rápidas mudanças na estrutura da entidade, segundo o jornal britânico “Financial Times“.
Segundo especialistas, há dificuldades em implementar mudanças em um ambiente que depende de consensos. Por isso, a meta do novo diretor deve ser a de recuperar a relevância da OMC, cuja atuação “emudecida” na pandemia foi alvo de críticas.
A OMC, por exemplo, não conseguiu impedir suspensões nas exportações no início da crise. A maioria dos países restringiu o envio de materiais médicos e commodities para outras nações, alegando necessidade interna.
Dentro da organização, há forte movimentação para que o brasileiro Azevêdo seja substituído por um nome da África. Entre os cotados está a ex-ministra do Comércio do Quênia, Amina Mohamed.
Neste caso, há consenso entre a maioria das nações africanas.
Estão no páreo o britânico Peter Mandelson, encarregado de comércio da UE (União Europeia) entre 2004 e 2008, e Sigrid Kaag, ministra do Comércio da Holanda.
Mohamed e Mandelson, consultados pelo diário, enfatizaram a necessidade de um nome que tenha bom trânsito político e trabalhe pelo multilateralismo.
O diretor-geral, que deixa o posto em 31 de agosto, deixa uma organização cuja existência vem sendo questionada por governos como o norte-americano.