Saída de Azevêdo descortina necessidade de mudanças na OMC

Organização sofreu críticas por seu papel apagado durante a crise do coronavírus; novo diretor terá desafios pela frente

A saída de Roberto Azevêdo da presidência da OMC (Organização Mundial do Comércio) não deve impulsionar rápidas mudanças na estrutura da entidade, segundo o jornal britânico “Financial Times“.

Segundo especialistas, há dificuldades em implementar mudanças em um ambiente que depende de consensos. Por isso, a meta do novo diretor deve ser a de recuperar a relevância da OMC, cuja atuação “emudecida” na pandemia foi alvo de críticas.

A OMC, por exemplo, não conseguiu impedir suspensões nas exportações no início da crise. A maioria dos países restringiu o envio de materiais médicos e commodities para outras nações, alegando necessidade interna.

Saída de Azevêdo descortina necessidade de mudanças na OMC
Diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, anuncia saída da organização (Foto: OMC/Flickr)

Dentro da organização, há forte movimentação para que o brasileiro Azevêdo seja substituído por um nome da África. Entre os cotados está a ex-ministra do Comércio do Quênia, Amina Mohamed.

Neste caso, há consenso entre a maioria das nações africanas.

Estão no páreo o britânico Peter Mandelson, encarregado de comércio da UE (União Europeia) entre 2004 e 2008, e Sigrid Kaag, ministra do Comércio da Holanda.

Mohamed e Mandelson, consultados pelo diário, enfatizaram a necessidade de um nome que tenha bom trânsito político e trabalhe pelo multilateralismo.

O diretor-geral, que deixa o posto em 31 de agosto, deixa uma organização cuja existência vem sendo questionada por governos como o norte-americano.

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