Vírus da gripe aviária pode sobreviver em queijo de leite cru

Estudo revela que o vírus H5N1 pode permanecer ativo em queijos de leite cru mesmo após 60 dias de maturação, destacando riscos à segurança alimentar

Um novo estudo realizado pela Universidade Cornell e pelo FDA (órgão governamental dos EUA que faz o controle dos alimentos) descobriu que o vírus H5N1 altamente patogênico da gripe aviária pode persistir em queijos produzidos com leite cru contaminado, mesmo após o período padrão de maturação de 60 dias. A pesquisa, publicada na Nature Medicine, levanta preocupações sobre a segurança alimentar e o consumo de produtos de leite cru. As informações são da Anadolu.

Pesquisadores identificaram que o pH do queijo é crucial para a inativação do vírus. Queijos com pH igual ou inferior a 5, como o feta, não apresentaram vírus infeccioso. Por outro lado, queijos com pH entre 5,8 e 6,6 mantiveram o H5N1 ativo. A acidificação do leite ocorre naturalmente pelas bactérias do ácido láctico, que convertem açúcares em ácido, ou pode ser feita diretamente durante o processo de produção.

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Experimentações com furões mostraram que o consumo de leite cru contaminado pode causar infecção, enquanto o consumo de queijo de leite cru não transmitiu o vírus. Os pesquisadores acreditam que isso ocorre porque o leite líquido aumenta o contato do vírus com as membranas mucosas do organismo, diferentemente do queijo sólido.

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Especialistas reforçam a importância de seguir as diretrizes da FDA, que indicam maturação mínima de 60 dias para queijos de leite cru a temperaturas iguais ou superiores a 1,7 °C. A pesquisa fornece dados importantes para orientar práticas seguras de produção e consumo, garantindo maior proteção à saúde pública.

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