Analistas: reforço militar dos EUA na Europa e no Oriente Médio sugere que tensão pode aumentar

Movimento não é normal, dizem especialistas, e indica que Washington se prepara para uma guerra mais ampla entre Israel e Irã

Em resposta à crescente escalada militar entre Irã e Israel, os EUA reforçaram significativamente sua presença aérea na Europa e no Oriente Médio com o envio de dezenas de aviões-tanque e o deslocamento do porta-aviões USS Nimitz. As informações são da agência Reuters, com base em relatos de autoridades norte-americanas sob anonimato.

Mais de 30 aeronaves de reabastecimento aéreo deixaram os EUA no domingo (15) com destino a bases na Europa, incluindo a base aérea de Ramstein, na Alemanha, e aeroportos no Reino Unido, Estônia e Grécia. A movimentação, de acordo com especialistas, não é comum e sinaliza que os EUA estão se preparando para uma possível intensificação do conflito.

“O súbito deslocamento para o leste de mais de duas dezenas de aviões-tanque da Força Aérea dos EUA não é uma operação rotineira. É um sinal claro de prontidão estratégica”, afirmou Eric Schouten, da Dyami Security Intelligence.

Porta-aviões USS Nimitz (Foto: Marinha dos EUA/Flickr)

O reforço inclui ainda o USS Nimitz, que transporta cerca de cinco mil militares e mais de 60 aeronaves, incluindo caças. Segundo uma das fontes, trata-se de uma missão previamente planejada, mas seu deslocamento neste momento indica atenção redobrada diante da troca de ataques diretos entre Irã e Israel — fato inédito em décadas de tensões indiretas.

Desde sexta-feira (13), Israel passou a bombardear alvos iranianos após alegar que Teerã estaria prestes a concluir a fabricação de uma bomba nuclear. Em resposta, o Irã também lançou ataques, deixando mortos e feridos entre civis, além de acender o alerta para uma possível guerra regional de maiores proporções.

Embora o governo dos Estados Unidos esteja apoiando Israel ao interceptar mísseis iranianos, o presidente Donald Trump vetou, recentemente, um plano de Tel Aviv para assassinar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. “Os EUA não apoiam alvos contra a liderança política iraniana, desde que cidadãos americanos não sejam atacados”, disse uma das autoridades consultadas pela Reuters.

Segundo outra fonte ligada ao governo, os EUA já comunicaram a países aliados na região que o atual posicionamento é defensivo, mas que podem partir para ações ofensivas caso forças iranianas ataquem instalações americanas. Atualmente, cerca de 40 mil militares dos EUA permanecem no Oriente Médio, com sistemas antimísseis, caças e navios de guerra aptos a reagir a ofensivas.

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