Pelo menos cinco soldados americanos ficaram feridos em um ataque na segunda-feira (5) a uma base militar no Iraque, conforme informaram autoridades dos EUA. O incidente ocorre em meio ao aumento das tensões após a morte de líderes importantes do Hamas e do Hezbollah na semana passada. As informações são da agência Reuters.
Dois foguetes Katyusha atingiram a base aérea de Ain al-Assad, no oeste do Iraque, de acordo com duas fontes de segurança iraquianas citadas pela agência de notícias. Uma das fontes confirmou que os foguetes caíram dentro da base. Ainda não se sabe se o ataque está relacionado às ameaças de retaliação do Irã pelo assassinato do principal líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã.
Na noite de segunda-feira, o Departamento de Defesa dos EUA atribuiu o ataque a grupos de milícias apoiados pelo Irã, descrevendo-o como uma “escalada perigosa”.

Segundo as fontes ouvidas pela Reuters, um americano ficou gravemente ferido. A agência Associated Press, citando autoridades de defesa dos EUA, informou que até sete militares e civis foram feridos.
Nesta terça-feira (6), o governo iraquiano condenou todas as ações “imprudentes” que atingem bases iraquianas, missões diplomáticas e postos avançados da coalizão liderada por Washington.
Após o ataque, que ocorre em um contexto de alta tensão no Oriente Médio, os funcionários da base estão avaliando os danos. A morte de Haniyeh levou o Irã a ameaçar retaliação, acusando Israel pelo crime, embora o Estado judeu não tenha assumido a responsabilidade. No Líbano, o Hezbollah também prometeu retaliação a Israel após o assassinato de Fouad Shukur, um de seus principais comandantes em Beirute, menos de um dia antes do assassinato do líder do grupo palestino.
O Irã acusa os EUA de serem os responsáveis pelo assassinato de Haniyeh devido ao seu apoio a Israel.
Escalada perigosa
Na segunda-feira, por telefone, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, concordaram que o ataque representou “uma escalada perigosa”, conforme relatado pelo Pentágono.
Austin reafirmou a Gallant “o compromisso inabalável dos EUA com a segurança de Israel diante das ameaças do Irã, do Hezbollah libanês e de outros grupos de milícias apoiados pelo Irã”, conforme dito em comunicado.
Na semana passada, os EUA realizaram um ataque no Iraque contra indivíduos que, segundo as autoridades americanas, eram “militantes” se preparando para lançar drones e que representavam uma ameaça para as forças norte-americanas e da coalizão.
Em meio a esse cenário, o Pentágono anunciou que enviará caças e navios de guerra adicionais para o Oriente Médio, enquanto Washington trabalha para fortalecer as defesas em resposta às ameaças do Irã e de seus aliados, Hamas e Hezbollah.
O Iraque, um raro caso de aliado tanto dos EUA quanto do Irã, abriga 2,5 mil tropas americanas e possui milícias apoiadas por Teerã vinculadas às suas forças de segurança. O país tem enfrentado um aumento nos ataques de retaliação desde o início da guerra entre Israel e Hamas em outubro.