Banco Mundial fornece US$ 150 milhões para conter a fome rural no Afeganistão

Cerca de 19,7 milhões de pessoas, quase metade da população do Afeganistão, enfrentam fome aguda

Uma ajuda vital de US$ 150 milhões para famílias rurais no Afeganistão foi anunciada pelo Banco Mundial nesta segunda-feira (13). O dinheiro é parte de um pacote geral de US$ 195 milhões para viabilizar meios de subsistência essenciais e assistência, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).

Cerca de 19,7 milhões de pessoas, quase metade da população do Afeganistão, enfrentam fome aguda, o que significa que não conseguem se alimentar diariamente, de acordo com a última análise da Classificação Integrada de Fase de Segurança Alimentar (IPC) divulgada no mês passado pela ONU.

“Somos gratos ao Banco Mundial e seus membros pela contribuição generosa e oportuna”, disse o Diretor-Geral da FAO, QU Dongyu.

Os efeitos em cascata da guerra na Ucrânia estão exacerbando a situação de segurança alimentar, levando os preços dos alimentos a novos patamares, aumentando os custos de produção de alimentos, especialmente fertilizantes, e pressionando os países da região que fornecem trigo ao Afeganistão, levando-os a restringir as exportações de alimentos para garantir abastecimento doméstico suficiente.

Afegãs em centro de distribuição de comida de Herat, no Afeganistão (Foto: Sayed Bidel/Unicef)

O novo Projeto de Segurança Alimentar de Emergência do Afeganistão impulsionará a produção de alimentos para pequenos agricultores afegãos. É a primeira parcela de um total de US$ 195 milhões, sendo que outros US$ 45 milhões serão liberados nos próximos 24 meses.

“É um momento histórico para os agricultores pobres no Afeganistão e representa um marco importante em nossos esforços coletivos para obter resultados em escala, evitar uma catástrofe iminente e fazer diferenças transformadoras reais na vida de pessoas vulneráveis”, disse QU.

A FAO será o único parceiro de implementação do financiamento, que será centrado em dois componentes principais.

Em termos de produção de trigo, apoiará cerca de 2,1 milhões de pessoas durante as temporadas de plantio de novembro deste ano e março a novembro de 2023.

O projeto também fornecerá apoio focado nas necessidades nutricionais de crianças, pessoas com deficiência ou doenças crônicas e famílias chefiadas por mulheres. Sementes e ferramentas básicas serão fornecidas para hortas caseiras, juntamente com treinamento técnico sobre nutrição melhorada e práticas de produção inteligentes em relação ao clima.

As etapas do projeto

Quase um milhão de pessoas serão beneficiadas com esse apoio, principalmente mulheres das zonas rurais: cerca de 150 mil delas receberão treinamento sobre técnicas aprimoradas de cultivo e nutrição.

O projeto ajudará a conectar os beneficiários com os mercados locais para facilitar a venda de excedentes comercializáveis ​​de trigo, vegetais e leguminosas. Em segundo lugar, o projeto aumentará o acesso à água para irrigação, melhorando a conservação do solo e da água. Também reforçará a resiliência climática ao apoiar a reabilitação e melhoria de sistemas selecionados de irrigação e gestão de bacias hidrográficas de mais de 137 mil hectares de terra.

Com o projeto, espera-se que mais de 1,9 milhão de pessoas sejam beneficiadas com dinheiro para atividades de trabalho, para a restauração da infraestrutura de irrigação e gestão de bacias hidrográficas.

Além da assistência alimentar, o projeto de segurança alimentar da FAO é um dos três, totalizando US$ 793 milhões, que foram aprovados pelo Banco Mundial para fornecer meios de subsistência e serviços de saúde essenciais ao povo afegão.

O Banco Mundial também reforça outros programas da FAO em andamento no Afeganistão, financiados pelo Banco Asiático de Desenvolvimento e outros doadores. Juntos, eles fornecem assistência imediata para salvar vidas e proteger os meios de subsistência com atividades que podem melhorar a recuperação a longo prazo e a construção de resiliência.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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