Estado Islâmico reivindica ataque que matou agentes do Taleban no Afeganistão

Ao menos 12 policiais afegãos foram atingidos pela bomba ativada por um terrorista, com um número incerto de mortos

O Estado Islâmico, através de seu braço afegão, assumiu a autoria de um atentado a bomba que atingiu ao menos 12 policiais ligados ao Taleban na cidade de Faizabad, na província de Badakhshan, no Afeganistão, na quarta-feira (8). O Taleban confirmou o ataque, segundo informações da rede Fox News.

O grupo responsável pelo atentado é o Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), que opera no Afeganistão desde 2015 e surgiu na esteira da criação do EI do Iraque e da Síria. Foi formado originalmente por membros de grupos do Paquistão que fugiram da crescente pressão das forças de segurança paquistanesas.

Membros do Taleban ao se entregarem às forças de segurança afegãs em 2010 (Foto: Aslan Media/Flickr)

Os ataques suicidas são a principal marca do EI-K, que habitualmente tem uma alta taxa de mortes por atentado. O mais violento deles ocorreu durante a retirada de tropas dos EUA e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), quando as bombas do grupo mataram 182 pessoas na região do aeroporto de Cabul.

O EI-K já começou a agir além das fronteiras afegãs, sendo a ação mais impactante registrada em Moscou, em março deste ano. Quatro homens com rifles automáticos invadiram a casa de shows Crocus City Hall e dispararam contra a multidão, matando mais de 140 pessoas.

No ataque aos agentes de polícia ligados ao Taleban, um homem em uma motocicleta se aproximou das vítimas e ativou uma bomba que carregava junto ao corpo. As autoridades talibãs não informaram o número exato de mortos, mas disseram que ao menos 12 pessoas foram atingidas, entre mortos e feridos.

“A explosão ocorreu quando o comboio policial passava com o propósito de erradicar a papoula do ópio”, disse o porta-voz do Ministério do Interior talibã, Abdul Matin Qaniee, de acordo com o jornal The Jerusalem Post.

No Afeganistão,  os principais alvos do EI-K têm sido a população civil, sobretudo membros de minorias étnicas xiitas, e os próprios talibãs, tratados como apóstatas pelo Khorasan sob a acusação de que abandonaram a jihad por uma negociação diplomática.

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