Filipinos e vietnamita são as primeiras vítimas fatais dos Houthis no Mar Vermelho

Mísseis disparados pelos rebeldes no Golfo de Aden resultaram na morte de três tripulantes e na evacuação dos sobreviventes

Dois marinheiros filipinos e um vietnamita morreram em um ataque de mísseis realizado pelos rebeldes Houthis contra um navio comercial no Golfo de Áden na quarta-feira (6). O incidente marca a primeira ofensiva mortífera do grupo apoiado pelo Irã em sua série de ataques no Mar Vermelho. As informações são da rede CNN.

Pelo menos três membros da tripulação foram mortos e outros quatro ficaram feridos no ataque ao MV True Confidence, um graneleiro de bandeira de Barbados e propriedade da Libéria, conforme informou o Comando Central dos EUA em um comunicado. Os sobreviventes evacuaram. Após o ataque, a embarcação foi abandonada, e os navios de guerra da coalizão estão na área avaliando a situação, disseram duas autoridades norte-americanas à reportagem.

Em um comunicado divulgado nesta quinta (7), o Departamento de Trabalhadores Migrantes das Filipinas (DMW, da sigla em inglês) confirmou a morte de seus cidadãos e relatou que dois outros tripulantes filipinos ficaram gravemente feridos no ataque.

O navio graneleiro True Confidence (Foto: Marine Traffic/Divulgação)

A ofensiva marca uma escalada significativa dos ataques coordenados pelos Houthis na navegação do Mar Vermelho. Usando drones e mísseis, os rebeldes começaram a atacar navios comerciais em novembro, sob o argumento de que eles servem a Israel e declarando apoio aos palestinos de Gaza durante no conflito entre o Estado Judeu e o Hamas

Como resultado das ofensivas, o frete ficou mais caro, gerando a expectativa de que a economia global seja afetada. Pela região passa cerca de 15% do comércio global. O grupo iemenita se absteve de atacar navios de China e Rússia, aliados de Teerã, desde que não tenham conexões com o Israel.

O ataque desta semana ocorreu após o True Confidence receber uma chamada de rádio de indivíduos que alegavam ser militares do Iêmen, afirmaram autoridades. Os Houthis têm contatado navios por rádio no Mar Vermelho e no Golfo de Áden desde o início de seus ataques, levando analistas a suspeitarem que os rebeldes estão buscando apreender os navios.

Em comunicado, o grupo militante deu sua versão, afirmando que o ataque foi executado com precisão e resultou em um incêndio a bordo do navio. Segundo os rebeldes, a operação foi realizada após a tripulação do navio “ignorar alertas das forças navais do Iêmen”.

A declaração dos Houthis ainda reiterou o apoio do grupo ao povo palestino e afirmou que eles não cessarão os ataques no Mar Vermelho até que a “agressão israelense seja interrompida e o cerco ao povo palestino em Gaza seja levantado.”

Os Houthis, que controlam grande parte do norte do Iêmen, incluindo a capital Sanaa, afirmam ser os governantes legítimos do país.

Pelo X, antigo Twitter, a Marinha da Índia relatou que resgatou 21 tripulantes do True Confidence, incluindo um cidadão indiano, usando helicópteros e barcos integrados.

Enquanto isso, na quarta-feira, o Irã anunciou a apreensão de uma carga de petróleo bruto avaliada em US$ 50 milhões, pertencente à empresa de energia americana Chevron Corp., que estava a bordo de um navio-tanque apreendido quase um ano antes. Segundo informações da agência Associated Press (AP), a ação representa o mais recente acontecimento de uma guerra paralela que ocorre há anos nas hidrovias do Oriente Médio, antes mesmo dos ataques dos Houthis terem iniciado.

As vítimas

Os gerentes e proprietários do navio True Confidence divulgaram que a tripulação consistia em 20 pessoas, incluindo um indiano, 15 filipinos e quatro vietnamitas, além de três guardas armados de Sri Lanka e Nepal, informou a AP. O navio transportava carga de aço da China para Jeddah, na Arábia Saudita.

Um comunicado dos proprietários e gerentes confirmou na quinta-feira que um tripulante vietnamita e dois filipinos perderam a vida no ataque, enquanto outros dois filipinos ficaram gravemente feridos. Todos os membros da tripulação foram levados para Djibuti.

O governo das Filipinas pediu esforços diplomáticos contínuos para reduzir as tensões e abordar as causas do conflito atual no Oriente Médio.

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