Guerra no Iêmen faz 11 milhões de crianças precisarem de ajuda humanitária

A cada 10 minutos uma criança morre de causas preveníveis no país arrasado por um conflito que já dura 8 anos

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou um alerta sobre a precária situação das crianças após oito anos de guerra no Iêmen.

O agravamento do conflito, o fracasso econômico do país e o desmonte de serviços essenciais lançaram mais de 11 milhões de menores numa situação desesperadora à espera de assistência humanitária urgente.

Em comunicado, a agência da ONU (Organização das Nações Unidas) informa que milhões de crianças iemenitas estão sob risco de má nutrição, e mais de 540 mil sofrem de forma aguda correndo risco de morte caso não receba tratamento urgente.

Crianças deslocadas aguardam água em acampamento de refugiados no Iêmen (Foto: Divulgação/Unicef)

O Unicef explica que a vida de milhões de menores continua sendo massacrada pela guerra sem fim. O representante da agência no Iêmen, Peter Hawkins, lembrou que mais de 11 mil crianças ficaram seriamente feridas pelo conflito entre março de 2015 e novembro passado.

O número de menores recrutados para o combate ultrapassa 4 mil.

Segundo a agência, houve mais de 900 ataques a instalações de saúde e educação assim como uso desses locais para fins militares.

A ONU afirma que oito anos de conflito, desespero e luto também colocaram 8 milhões de iemenitas na lista de espera para serviços de assistência psicossocial e de saúde. Muitas famílias estão perdendo as crianças para o combate e o casamento infantil.

Os dados indicam que mais de 2,3 milhões de menores ainda estão vivendo em acampamentos de deslocados internos com acesso inadequado a serviços básicos de saúde e higiene.

O representante do Unicef diz que os oito anos do conflito levaram muitos a perder as esperanças. Várias crianças estão crescendo no meio da guerra e sem acreditar em dias melhores ou num futuro de paz.

A agência da ONU está pedindo US$ 484 milhões para continuar a salvar vidas neste ano. Se não receber a quantia, o Unicef diz que será forçado a diminuir a assistência a crianças que precisam.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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