Hamas é acusado de atacar ônibus com trabalhadores humanitários em Gaza

Organização apoiada pelos EUA afirma que ao menos cinco pessoas morreram e há suspeita de sequestros

A Gaza Humanitarian Foundation (GHF), organização apoiada pelos EUA e por Israel, acusou o Hamas de atacar um ônibus com mais de duas dezenas de trabalhadores humanitários na noite de quarta-feira (11), na Faixa de Gaza. Segundo a entidade, o veículo seguia para um centro de distribuição de alimentos na região oeste de Khan Younis quando foi atingido. As informações são da rede CNN.

“Estamos ainda reunindo informações, mas o que sabemos é devastador: há pelo menos cinco fatalidades, múltiplos feridos e o temor de que alguns dos nossos integrantes possam ter sido feitos reféns”, declarou a GHF em nota. O grupo afirmou ainda que vinha sendo alvo de ameaças por parte do Hamas nos dias anteriores ao ataque. O movimento palestino não respondeu às acusações até o momento.

Gaza em meio ao conflito entre Israel e Hamas (Foto: WikiCommons)

No domingo (8), o Hamas divulgou comunicado em que afirmava ter “plena autoridade e mandato para agir com firmeza contra qualquer entidade ou indivíduo que colabore com os planos do inimigo ou com elementos criminosos e traidores que violem a lei e as tradições do nosso povo”. O texto acrescentava que “todos os agentes, ladrões e gangues armadas criminosas são considerados alvos legítimos da resistência e de seu aparato de segurança”.

Criada em meio a denúncias de que o Hamas desvia e comercializa parte da ajuda humanitária enviada a Gaza, a GHF também é alvo de críticas de agências internacionais, que questionam sua atuação e independência. Apesar disso, a organização mantém operações regulares na região, muitas vezes em áreas de risco.

A situação humanitária continua crítica. Na noite de quarta, após o ataque, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) afirmou que “continua a receber relatos da Faixa de Gaza de pessoas sendo mortas e feridas enquanto tentam acessar alimentos”.

“O Ocha reitera nos termos mais veementes possíveis que ninguém deve ser forçado a arriscar a própria vida para receber ajuda, enquanto pessoas em toda Gaza enfrentam risco de fome”, declarou a agência.

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