Irã apreende petroleiro no Golfo de Omã, diz Marinha dos EUA

Incidente, o quinto do gênero em dois anos, ocorre em meio a tensões crescentes relacionadas ao programa nuclear de Teerã

O navio-tanque Advantage Sweet, com bandeira das Ilhas Marshall, foi apreendido nesta quinta-feira (27) pela Marinha da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) enquanto transitava em águas internacionais no Golfo de Omã, disse a Marinha dos EUA em comunicado. Esta é a quinta vez em dois anos que a IRGC assume o controle de um navio mercante estrangeiro. As informações são da agência Reuters.

Ao denunciar ações “contrárias ao direito internacional e que ameaçam a segurança e a estabilidade regional”, a nota emitida pela 5ª Frota dos EUA, com sede em Omã, acrescentou: “O governo iraniano deve liberar imediatamente o navio”.

O incidente alimenta as tensões entre Washington e Teerã, que teve piora quando a República Islâmica intensificou as violações ao acordo nuclear de 2015 a partir da saída dos EUA do tratado e após receber sanções impostas pelo ex-presidente Donald Trump a partir de 2018.

O petroleiro Advantage Sweet (Foto: Vessel Finder/Divulgação)

O petroleiro emitiu um pedido de socorro às 13h15 (horário local) enquanto estava em águas internacionais quando o Irã apreendeu o navio, disse a Marinha. Ele tinha acabado de chegar do Kuwait e o próximo destino era Houston, no Estado do Texas.

O gerente do navio, que pertence a uma empresa turca chamada Advantage Tankers, emitiu um comunicado reconhecendo que o navio-tanque estava “sendo escoltado pela marinha iraniana a um porto com base em uma disputa internacional”. Todos os 24 tripulantes do navio são indianos.

“A atividade de assédio do Irã no Golfo Pérsico e no Golfo de Omã é compatível com um padrão de comportamento estabelecido que viu o Irã atacar embarcações como resultado de disputas em andamento”, disse a empresa de segurança marítima Dryad Global.

De 2021 para cá, o Irã apreendeu ilegalmente pelo menos cinco navios mercantes no Oriente Médio, acrescentou o comunicado. Em 2019, a temida IRGC, instituição militar oficial da República Islâmica, apreendeu um petroleiro de bandeira britânica e só o liberou depois de 60 dias. 

“O contínuo assédio do Irã aos navios e a interferência nos direitos de navegação em águas regionais são uma ameaça à segurança marítima e à economia global”, acrescentou a Marinha dos EUA.

Teerã nega a apreensão e a missão do Irã na ONU (Organização das Nações Unidas) não se pronunciou sobre o casa.

Enquanto isso, as negociações sobre o acordo nuclear do Irã estão paralisadas há um ano.

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