Irã apreende segundo petroleiro em uma semana e amplia tensões com os EUA

Retaliação iraniana gera temor pela segurança na rota de navegação que leva um terço do petróleo mundial

Irã apreendeu nesta quarta-feira (3) o segundo petroleiro em menos de uma semana em águas internacionais no Golfo de Omã, disse a Marinha dos EUA em comunicado. Com bandeira do Panamá e de propriedade grega, o navio Niovi foi cercado pela Marinha da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) quando navegava em direção ao porto de Fujairah, nos Emirados Árabes. As informações são da agência Reuters.

“Doze embarcações de ataque rápido da IRGC interceptaram a embarcação no meio do Estreito de Ormuz, forçando o petroleiro a inverter o curso” em direção às águas territoriais iranianas, disse o comunicado norte-americano.

O petroleiro Niovi (Foto: MarineTraffic/Divulgação)

A apreensão ocorre seis dias após um incidente semelhante que envolveu o navio-tanque Advantage Sweet, com bandeira das Ilhas Marshall, também no Golfo, que fica entre o Irã e a Península Arábica e é rota de pelo menos um terço do petróleo mundial transportado por via marítima. A embarcação está detida no porto iraniano de Bandar Abbas. Foi a sexta vez em dois anos que a IRGC assumiu o controle de um navio mercante estrangeiro. 

Autoridades dos EUA disseram na semana passada que acreditavam que a apreensão do Advantage Sweet teria sido uma retaliação contra Washington após o Departamento de Justiça ter apreendido recentemente o Suez Rajan, um navio-tanque administrado pela Grécia que levava uma carga de petróleo iraniano com destino à China.

O Irã confirmou a apreensão do Niovi alegando estar “seguindo uma ordem judicial”, disse a agência de notícias do Judiciário iraniano, a Mizan Online.

Imagens divulgadas pela Marinha dos Estados Unidos sugerem que o petroleiro estava vazio no momento em que foi apreendido.

O episódio alimenta as tensões entre Washington e Teerã, que teve piora quando a República Islâmica intensificou as violações ao acordo nuclear de 2015 a partir da saída dos EUA do tratado e após receber sanções impostas pelo ex-presidente Donald Trump a partir de 2018.

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