O Irã deu início no sábado (22) a uma série de exercícios militares de grande escala, em um claro sinal de preparação para um possível conflito, enquanto as tensões com Israel e os Estados Unidos se intensificam devido ao programa nuclear iraniano. As manobras, batizadas de “Zolfaghar 1403”, abrangem desde o sudeste do país até o norte do Oceano Índico e envolvem forças terrestres, aéreas e navais. As informações são da revista Newsweek.
As manobras “Zolfaghar 1403” são lideradas pelo Exército iraniano, mas também incluem exercícios conjuntos com o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), focados na defesa de instalações nucleares estratégicas, como as usinas de Natanz e Fordow. Apesar do tom beligerante, analistas sugerem que o Irã busca equilibrar demonstrações de força com abertura para diálogo.

“Teerã parece estar enviando duas mensagens: que estão prontos para negociar um acordo com Trump, mas também que são fortes e preparados para se defender contra ataques militares”, disse Negar Mortazavi, especialista do Centro de Política Internacional.
Os exercícios ocorrem em um momento delicado para o Irã, cujas defesas são consideradas as mais frágeis em décadas, principalmente após ataques aéreos israelenses em outubro que danificaram redes regionais e capacidades de defesa aérea e produção de mísseis.
Enquanto isso, os EUA reforçaram sua presença militar na região, com bombardeiros B-52 realizando dois sobrevoos no Oriente Médio em menos de 48 horas, segundo o Comando Central das forças Armadas norte-americanas (Centcom).
O almirante Habibollah Sayyari, comandante das manobras, deixou claro que o Irã não ficará passivo diante de ameaças. “Qualquer inimigo que pensar que pode prejudicar nossos interesses em terra, no ar ou no mar certamente sofrerá grandes danos”, afirmou.