Irã reafirma rejeição a armas nucleares, mas promete se defender a ‘qualquer custo’

Porta-voz diz que país usará todos os 'recursos materiais e espirituais' para responder às 'recentes agressões do regime sionista'

O Ministério das Relações Exteriores do Irã declarou na segunda-feira (4) que o país mantém seu compromisso com um programa nuclear pacífico, mas enfatizou que Teerã estará preparada com o que for necessário para se defender de Israel em meio à escalada nas tensões. As informações são da Newsweek.

“A posição oficial do Irã sobre a rejeição de armas de destruição em massa e o caráter pacífico do programa nuclear da República Islâmica é bem conhecida”, afirmou o porta-voz do Ministério, Esmail Baghaei.

As declarações do representante da pasta também ecoaram as promessas do aiatolá Ali Khamenei de dar “uma resposta devastadora” a Israel e aos EUA, conforme reportado pela NBC News.

“Conforme mencionado no recente discurso do Líder Supremo da Revolução Islâmica, equiparemos o Irã com os recursos necessários para nossa defesa”, acrescentou Baghaei.

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã (Foto: WikiCommons)

Por semanas, autoridades iranianas têm reforçado a ideia de que Teerã possui capacidade para fabricar armas nucleares, alegando que apenas a fatwa religiosa (uma decisão ou parecer jurídico emitido por um estudioso islâmico com base na interpretação da sharia, a lei islâmica) de Khamenei impede essa produção.

Baghaei também declarou que o Irã usará todos os seus “recursos materiais e espirituais para responder às recentes agressões do regime sionista”.

Essa declaração ocorre enquanto a liderança iraniana endurece sua postura diante das crescentes tensões com os Estados Unidos e Israel. Khamenei instou as autoridades a tomarem todas as medidas necessárias para defender o país contra esses dois adversários.

Khamenei declarou no sábado (2) que o Irã está totalmente comprometido em preparar o país para enfrentar o que ele chamou de “arrogância”. Ele destacou que tanto a prontidão militar quanto os esforços políticos são essenciais nessa abordagem.

Em 1º de outubro, o Irã lançou mais de 180 mísseis balísticos em duas ondas contra alvos em Israel, em resposta aos recentes assassinatos de figuras importantes aliadas de Teerã, como Ismail Haniyeh, líder do Hamas, e Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah. Israel relatou ter interceptado a maioria dos mísseis, mas os ataques agravaram ainda mais as relações tensas entre os dois países.

Em resposta, Israel retaliou em 25 de outubro com ataques aéreos direcionados à capital iraniana.

Em um outro ataque recente ao Irã, o Estado judeu atingiu uma instalação da Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês), onde eram fabricados mísseis balísticos e lançados foguetes, causando danos significativos.

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