As autoridades do Iraque abriram uma vala comum em Nínive, no norte do país, para identificar vítimas do EI (Estado Islâmico). O local guarda os restos mortais de pelo menos 123 pessoas no antigo reduto do grupo terrorista.
Conforme a agência France24, as vítimas teriam sido mortas durante o massacre da prisão de Badush, pouco depois de o EI tomar o controle de um terço do Iraque em 2014. O ataque à prisão libertou presos muçulmanos sunitas.
Os extremistas forçaram os outros prisioneiros – em especial xiitas – a entrar em caminhões até uma ravina para serem mortos. Os detentos eram civis presos pelas forças dos EUA ainda em 2005. A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que 670 prisioneiros foram assassinados pelo EI na ocasião*.
Dezenas de famílias de vítimas deram amostras de sangue nas últimas semanas. Analistas compararão o material com o DNA dos restos mortais da vala comum de Nínive.
As forças do Iraque descobriram o local em março de 2017, pouco depois de reassumirem o controle da área. Estima-se que o EI tenha deixado outras 200 valas comuns com até 12 mil vítimas da violência na região.
Identificando os mortos
Bagdá iniciou uma campanha para identificar os restos mortais da brutalidade desde a execução do ditador Saddam Hussein. A tarefa é árdua, registrou a agência Middle East Eye, uma vez que os corpos foram queimados ou expostos à deterioração natural.
O calor nas valas é insuportável, relatou Saleh Ahmed, membro da comissão governamental para identificar os mortos de Badush. “Alguns restos estão emaranhados, há cobras e escorpiões por toda parte”, disse.
Em fevereiro, agentes devolveram cadáveres em decomposição de 104 yazidis assassinados por militantes do EI em agosto de 2014 à aldeia de Kojo, no distrito de Sinjar. O grupo terrorista tem a etnia como alvo frequente.
*a notícia foi atualizada em 3 de dezembro de 2021 para corrigir o número de mortos no massacre de Badush, de 583 para 670, segundo dados recentes da ONU