O Parlamento do Líbano legalizou nesta terça (21) a plantação de maconha para fins medicinais. O Hezbollah, grupo político e paramilitar islâmico xiita, foi o único partido que se opôs à liberação.
O Líbano se tornou o primeiro país árabe a legalizar a maconha. A decisão teria sido uma medida puramente econômica, pelo potencial de exportações lucrativas, já que o país passa por uma crise em sua economia.
A possibilidade de produzir medicamentos de alto valor agregado a partir da cannabis já havia sido explorada pelo país em 2018, em um relatório encomendado pelo governo do Líbano à empresa de consultoria McKinsey.
À época, de acordo com a Al Jazeera, o então ministro da Economia Raed Khoury afirmou que a legalização da maconha no país poderia gerar uma receita de US$ 1 bilhão por ano.
Apesar de ser ilegal no Líbano, a maconha é plantada há muito tempo no fértil Vale do Beqaa, situado a 30 km a leste da capital Beirute. O país é também um grande produtor de haxixe, derivado da cannabis.
Estudos apontam que o uso do canabinoides, um dos elementos químicos da cannabis, tem efeitos terapêuticos no tratamento de náusea e vômito de pacientes com doenças terminais como o câncer.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) também aponta benefícios no tratamento de asma, glaucoma e para uso como antidepressivo, estimulante de apetite, anticonvulsivo e antiespasmódico.