A economia europeia caminha para uma recessão sem precedentes, após medidas impostas para tentar frear a disseminação do novo coronavírus, indicam pesquisas divulgadas nesta quinta (23) pela agência de notícias Associated Press.
A queda na atividade comercial foi ainda pior que as previsões mais pessimistas e deve levar líderes da União Europeia a discutir possíveis pacotes de apoio financeiro.
Nesta quinta, espera-se uma proposta de pacote de 540 bilhões de euros durante uma cúpula virtual com líderes europeus. O dinheiro seria destinado ao pagamento de salários, liquidez de empresas e financiamento dos sistemas de saúde. Instituições e países da União Europeia já destinaram cerca de 3,3 trilhões de euros às medidas contra o coronavírus.
A empresa de informação financeira IHS Markit afirmou que seus índices que medem a atividade econômica na zona do Euro já caíram para o mínimo histórico de 13,5 pontos em abril. Março já havia batido o recorde de queda, com 29,7 pontos.
Nem em outros momentos críticos da economia global, como na crise de 2008, o índice atingiu um ponto tão baixo. À época, o ponto mais baixo foi de 36,2.
As projeções da IHS Markit apontam para uma retração de 7,5% por trimestre na economia dos países da zona do Euro. Setores como o de serviço, turismo e de manufatura têm amargado grandes perdas.
Como consequência, espera-se que o desemprego aumente acentuadamente nos próximos meses, podendo ser duas vezes maior que a atual, de 7,3%.
No Reino Unido, que acabou de deixar a União Europeia, a situação também é preocupante. O índice econômico está no mínimo histórico de 12,9 pontos. Analistas da Capital Economics apontam que o Reino Unido caminha para sua maior recessão em mais de um século.