Morte de soldado egípcio perto de Rafah agrava as tensões com Israel

Exército israelense relata troca de tiros com as forças do Egito. Os dois países conduzem investigações para esclarecer o incidente

Na segunda-feira (27), um soldado egípcio foi morto em um incidente envolvendo tropas egípcias e israelenses na zona fronteiriça perto de Rafah, no sul de Gaza. As forças militares dos dois países estão conduzindo investigações para esclarecer o que aconteceu. De acordo com a mídia israelense, houve uma troca de tiros, mas até o momento poucos detalhes adicionais foram divulgados e não há registros de vítimas israelenses. As informações são da rede BBC.

Um porta-voz militar egípcio informou que “um soldado egípcio morreu em um tiroteio na zona fronteiriça de Rafah”, acrescentando que uma investigação está em andamento para esclarecer o incidente. O representante não atribuiu a culpa a nenhuma das partes envolvidas.

Já o exército israelense confirmou a troca de tiros na passagem de fronteira entre o Egito e Gaza, também destacando que o incidente está sendo investigado e que há um diálogo em curso com as autoridades egípcias.

Torre de Vigia em Rafah, na fronteira da Faixa de Gaza com o Egito (Foto: WikiCommons)

As tensões entre Egito e Israel têm aumentado nas últimas semanas, especialmente após as forças israelenses assumirem o controle do lado de Gaza do ponto de passagem de Rafah. Esta movimentação faz parte da ofensiva do Estado judeu contra o grupo militante Hamas, intensificando a situação na região.

O Canal 12, emissora, israelense descreveu o tiroteio como “incomum”, enquanto a Rádio do Exército Israelense informou que Israel e Egito lançaram uma investigação conjunta para evitar qualquer deterioração nas relações bilaterais.

O Egito apoia fortemente os palestinos e condenou a campanha militar de Israel em Gaza, incluindo a morte de milhares de civis. Foi também o primeiro país árabe a assinar um acordo de paz com Israel há 45 anos. Embora mantenham esse pacto, as relações entre os dois países são frequentemente tensas. No entanto, incidentes com mortes entre tropas egípcias e israelenses são episódios raros.

Horas antes da troca de tiros, o Ministério das Relações Exteriores egípcio condenou o ataque como uma violação flagrante do direito internacional humanitário. A pasta lamentou o evento trágico, denunciando o ataque a civis desarmados e uma política sistemática destinada a ampliar a morte e a destruição em Gaza, tornando-a inabitável.

Os militares israelenses afirmaram ter atacado um complexo do Hamas na área, resultando na morte de dois altos funcionários do grupo militante. Foi o mais recente evento trágico em mais de sete meses de conflito entre Tel Aviv e os combatentes palestinos, que levou autoridades mundo afora a condenar as ações das forças israelenses.

Como Israel, o Egito mantém um bloqueio na fronteira com Gaza desde que o Hamas assumiu o poder em 2006. Embora considere o grupo extremista uma organização terrorista, Cairo tem mantido canais de comunicação abertos e atuado como mediador em negociações indiretas entre Israel e o Hamas para acordos de cessar-fogo e a libertação de reféns israelenses detidos no enclave.

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