Na sexta-feira (10), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse durante uma reunião com prefeitos das cidades fronteiriças de Gaza na sede das Forças de Defesa de Israel (IDF, da sigla em inglês), em Tel Aviv, que Israel pretende assumir o controle de segurança e propor a desmilitarização do enclave após o fim da guerra contra o Hamas. As informações são do jornal Times of Israel.
A declaração pareceu contradizer uma entrevista dada pelo premiê à Fox News mais cedo no mesmo dia, quando ele afirmou publicamente pela primeira vez desde o início da guerra que Tel Aviv não tem intenção de remover os palestinos da Faixa de Gaza, nem de ocupar ou governar o enclave. “Não pretendemos conquistar Gaza. Não pretendemos ocupar Gaza. E não pretendemos governar Gaza”, declarou, acrescentando: “Não procuramos deslocar ninguém.”
Além do discurso inconsistente, o primeiro-ministro enfrentou críticas por ter demorado mais de um mês para se encontrar com líderes locais. Essas reprimendas se agravaram depois que ele optou por se reunir com os prefeitos dos assentamentos antes de se encontrar com os líderes municipais da região que foi atacada pela organização político-militar islâmica no episódio que ficou marcado como o “11 de setembro israelense“.
Nas últimas semanas, autoridades norte-americanas sugeriram que uma força internacional, possivelmente composta por tropas de aliados árabes próximos, poderia ser responsável pela segurança na Faixa de Gaza por um período temporário. A ideia é que essa administração perdure até que a região possa ser devolvida a um governo palestino funcional, que, segundo as expectativas de Washington, seria a Autoridade Palestina.
Na sexta-feira, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, reafirmou que a entidade política responsável pela administração civil em partes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza está pronta para reassumir o controle do enclave. No entanto, ele ressaltou que isso só ocorreria se a ação fizesse parte de uma solução política mais ampla que inclua a criação de um Estado palestino nas fronteiras de 1967. Abbas repetiu essa promessa no domingo (12), durante um encontro com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em Ramallah.
Hamas enfraquecido
Em coletiva de imprensa no sábado (11), Netanyahu relatou que os militantes no norte do enclave foram praticamente neutralizados, afirmando que o Hamas perdeu quase completamente o controle nessa região, segundo a rede NBC News.
Ele também assegurou que Israel está plenamente preparada para responder a possíveis hostilidades ao longo de sua fronteira norte, onde o grupo militante Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem confrontado as Forças de Defesa de Israel.