Um tribunal da Arábia Saudita decretou na segunda (7) a prisão de oito pessoas pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
Crítico do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, Khashoggi foi visto pela última vez no consulado saudita em Istambul, na Turquia, em 2 de outubro de 2018.
O jornalista foi ao local retirar documentos para o seu casamento. Os restos mortais de Khashoggi nunca foram encontrados.
Em maio, a família do saudita perdoou os assassinos e permitiu a anulação das sentenças de morte. Os acusados, não identificados, receberam penas que variam de sete a 20 anos, informou a Reuters.
A noiva do jornalista, Hatice Cengiz, no entanto, insiste que os presos não foram os únicos envolvidos no homicídio. “As autoridades sauditas estão encerrando o caso sem que o mundo saiba quem é o verdadeiro responsável pelo assassinato de Jamal”, escreveu em um comunicado.
A relatora especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para execuções extrajudiciais, Agnes Callamard, acusou a Arábia Saudita de “zombar da justiça” ao não punir os funcionários do consulado.
“É um absurdo a omissão do príncipe Mohammed como responsável”, afirmou a representante das Nações Unidas.
O assassinato do jornalista gerou prejuízos à imagem do príncipe herdeiro saudita no Ocidente. Em setembro do ano passado, Mohammed indicou ter alguma responsabilidade, já que o caso aconteceu “sob sua supervisão”.
Em dezembro, o tribunal condenou cinco pessoas à morte e três foram presas. A execução de Jamal aconteceu “no calor do momento”, avaliaram os juízes. Em entrevista, o advogado da família, Motasem Khashoggi, afirmou que a decisão foi justa.