O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, ordenou na segunda (31) a expulsão de dois membros da realeza. Eles são acusados de corrupção no Ministério da Defesa, informou o jornal britânico “Financial Times“.
O decreto, emitido pelo rei Salman, ordena que o príncipe Fahd bin Turki al-Saud, comandante das forças sauditas no Iêmen, e seu filho, herdeiro Abdulaziz, vice-governador da região de Jaufe, na fronteira com a Jordânia, deixem seus cargos.
Ambos serão investigados por corrupção. Desde 2017, quando assumiu na prática o dia a dia o reino, o príncipe herdeiro instaurou uma caçada a potenciais rivais, quase sempre acusados de corrupção – muitos sem provas.
Por MBS, como é chamado, a polícia saudita detém centenas de príncipes, funcionários e empresários do reino. Um número expressivo permanece preso sem julgamento, observou a reportagem.
A prática consiste em extrair informações financeiras dos detidos e, em troca, exigir a devolução dos ganhos supostamente ilícitos.
Estima-se que o expurgo do príncipe já tenha rendido mais de US$ 100 bilhões (R$ 527 bilhões) para o reino saudita.
O príncipe Mohammed é, oficialmente, ministro da Defesa desde 2015, mesmo ano em que o rei Salman subiu ao trono. Já com 84 anos e com problemas de saúde, o monarca ocupa o cargo simbolicamente, já que, na prática, a chefia da Arábia Saudita está nas mãos do seu herdeiro.