OMS cobra agilidade nas evacuações médicas em Gaza e alerta para crise humanitária

Tedros Adhanom Ghebreyesus relatou que mais de 12 mil pessoas ainda necessitam de evacuação médica

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um apelo nesta quinta-feira (2) para que Israel acelere o processo de evacuação médica de pacientes na Faixa de Gaza, que enfrenta uma grave crise humanitária. Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Tedros destacou que o número de evacuações realizadas até agora é “alarmantemente insuficiente” diante da dimensão do problema.

Desde outubro de 2023, apenas 5.383 pacientes foram retirados de Gaza com o apoio da OMS, e, após o fechamento da passagem de Rafah, em novembro, apenas 436 pessoas conseguiram ser evacuadas. Dados da organização apontam que mais de 12 mil pessoas ainda aguardam transferência urgente para tratamento médico, incluindo milhares de crianças em estado grave.

“Se mantivermos o ritmo atual, seriam necessários de 5 a 10 anos para evacuar todos os pacientes que precisam de cuidados médicos imediatos. Enquanto isso, suas condições se agravam, e muitos acabam não resistindo”, alertou o chefe da OMS.

(Foto: WikiCommons)

Tedros elogiou os esforços de países como Turquia, Itália, Espanha, Jordânia e Irlanda, que têm colaborado com a OMS para oferecer suporte médico e logístico às evacuações. No entanto, ele ressaltou que essas ações ainda são insuficientes para atender à urgência da situação. O diretor pediu que Israel amplie o número de autorizações de saída para pacientes e permita a utilização de todos os corredores e passagens de fronteira disponíveis para garantir evacuações rápidas e seguras.

O apelo incluiu uma recomendação direta para que pacientes infantis não sejam recusados. “As crianças estão entre as mais vulneráveis. Negar-lhes a chance de tratamento é inaceitável do ponto de vista humanitário e ético”, disse Tedros.

A situação em Gaza, agravada por conflitos contínuos, bloqueios e a deterioração das condições de saúde, representa uma das piores crises humanitárias da atualidade. Hospitais operam acima de sua capacidade, com equipamentos limitados e falta de medicamentos essenciais. Muitos pacientes, incluindo crianças e idosos, precisam de tratamentos que não estão disponíveis na região devido ao colapso do sistema de saúde local.

Organizações humanitárias têm reiterado que a solução para a crise passa por medidas conjuntas e urgentes, incluindo a ampliação de corredores humanitários e maior cooperação entre os países da região.

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