Segundo dossiê da inteligência de Israel, existem quase 200 agentes do Hamas infiltrados na ONU

Documento diz que agência da ONU abriga até combatentes que pegaram em armas no ataque mortífero de 7 de outubro

A suspeita de que 12 funcionários da Agência de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) colaboraram com o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 pode ser só a ponta do iceberg. Um dossiê da inteligência israelense, ao qual a agência Reuters teve acesso, diz que são cerca de 190 os agentes do grupo radical palestino infiltrados na ONU (Organização das Nações Unidas).

Embora o documento fale em quase duas centenas de suspeitos, apenas 11 tiveram suas identidades reveladas por Israel, como nomes e fotos no dossiê. Além do Hamas, outro grupo que teria agentes infiltrados nas Nações Unidas seria a Jihad Islâmica Palestina (JIP).

Apoiador do Hamas em ato contra Israel em São Paulo, janeiro de 2009 (Foto: Tarciso/Flickr)

A denúncia feita por Israel levou a UNRWA a demitir alguns dos acusados, vez que nem todos foram identificados, enquanto um deles morreu. O dossiê inclusive cita quais teriam sido os papeis de determinados suspeitos no ataque do Hamas que matou cerca de 1,2 mil pessoas e levou ao sequestro de 253.

Um suspeito seria um conselheiro educacional que teria ajudado o filho a sequestrar uma mulher durante a operação realizada pelo Hamas no território israelense. Outro, um assistente social da agência, teria ajudado o grupo radical a roubar o cadáver de um soldado israelense e coordenado a distribuição de armas e o movimento dos veículos na invasão palestina.

Há, ainda, dois funcionários da UNRWA que teriam participado ativamente do ataque armado a Israel, inclusive à festa de música eletrônica que se tornou símbolo do massacre, com mais de 300 mortos.

A agência tem cerca de 13 mil funcionários, e Israel afirma que cerca de 10% deles têm ao menos uma ligeira relação com Hamas e JIP. Já os 190 citados foram classificados como “combatentes endurecidos, assassinos”, por uma autoridade israelense ouvida pela Reuters.

As denúncias levaram uma série de países a retirarem o apoio financeiro à UNRWA enquanto o caso é apurado pelo mais alto órgão de investigação da ONU, o Gabinete de Serviços de Supervisão Interna. Sem o dinheiro de financiadores como EUA e Reino Unido, Alemanha e Canadá, entre outros, a operação humanitária em Gaza “está em colapso”, segundo o comissário-geral da agência, Philippe Lazzarini.

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