Suposto ataque além da área habitual sugere uma escalada nas ações dos Houthis

Ofensiva ocorreu em uma localização mais distante na comparação com quase todos os ataques anteriores no Golfo de Aden

Um ataque realizado por um drone aéreo, provavelmente lançado pelos rebeldes Houthis do Iêmen, atingiu e danificou um navio no Mar Vermelho nesta segunda-feira (24), conforme relataram autoridades, marcando o mais recente ataque do grupo ao importante corredor marítimo. A ofensiva ocorreu em uma localização mais distante que quase todos os ataques anteriores no Golfo de Aden, sugerindo uma possível escalada nas ações do grupo. As informações são da agência Associated Press.

O ataque ocorre no momento em que os EUA estão enviando de volta o USS Dwight D. Eisenhower, após um destacamento de oito meses, durante o qual liderou a resposta americana aos ataques Houthi. Esses ataques reduziram significativamente o transporte marítimo na rota crucial para os mercados asiáticos, do Oriente Médio e da Europa, em uma campanha que os rebeldes afirmam que continuará enquanto persistir a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

O incidente ocorreu na madrugada (horário local), na costa da cidade portuária de Hodeida, controlada pelos rebeldes, informou o centro de Operações Comerciais Marítimas do Reino Unido. A entidade relatou que o navio sofreu danos, mas os marinheiros a bordo “foram considerados seguros”. Não foram fornecidos detalhes sobre a extensão dos danos, mas uma investigação está em andamento.

EUA e Reino Unido lançaram ataques ao Iêmen em janeiro de 2024 para impedir os Houthis de atacar navios comerciais sob a justificativa de interromper a navegação marítima (Foto: WikiCommons)

A empresa de segurança privada Ambrey identificou o navio envolvido como um porta-contêineres com bandeira da Libéria, com destino a Qingdao, na China.

Os Houthis não reivindicaram imediatamente o ataque. No entanto, os rebeldes costumam levar horas ou até dias para reconhecerem suas ações.

Os Houthis realizaram mais de 60 ataques direcionados a navios, além de disparar mísseis e drones como parte de sua campanha, resultando na morte de quatro marinheiros. Desde novembro, também apreenderam um navio e afundaram dois outros.

Em maio, um navio porta-contêineres de bandeira portuguesa foi atacado por um drone em uma área remota do Mar Arábico, um incidente reivindicado pelos Houthis. No entanto, a distância do ataque levantou questões entre especialistas sobre se o Irã, principal apoiador do grupo militante, poderia estar por trás dele. Os rebeldes afirmaram que ataques anteriores, posteriormente atribuídos a Teerã, incluindo o ataque de 2019 aos campos de petróleo da Arábia Saudita que temporariamente reduziram pela metade a produção de energia do reino.

Os Houthis começaram a atacar navios comerciais em novembro de 2023, argumentando que servem a Israel e declarando apoio aos palestinos de Gaza durante no conflito. Com o tempo, porém, mesmo navios sem relação com Israel passaram a ser atacados. as ações acontecem quase diariamente e já atingiram mais de 50 embarcações.

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