As tentativas de cessar-fogo e paz entre o governo do Afeganistão e os extremistas do Taleban não são suficientes para interromper os ataques mútuos. Com violência próxima do recorde, o conflito de quase quatro décadas pode se estender muito mais, alertou a ONU (Organização das Nações Unidas).
A região de Kunduz, no norte do país e tomada pelos talibãs, é a mais afetada. Neste domingo (20), 24 pessoas morreram após ataques do governo afegão aos rebeldes no vilarejo de Sayed, ao norte da província. Há várias crianças entre os mortos, disseram testemunhas à Associated Press.
O Ministério da Defesa do Afeganistão, no entanto, afirmou que os ataques mataram 30 combatentes do Taleban. “Estamos investigando se haviam civis entre os mortos”, disse um porta-voz.
O representante do grupo extremista, Zabihullah Mujahid, afirmou que o Taleban não realizava operações militares na área e condenou os ataques.
Pouco antes do início das negociações de paz, no dia 2, a agência afegã Khaama informou que uma policial foi morta por talibãs na capital da província, de mesmo nome.
Apostas
No início de setembro, as tratativas de paz trouxeram algum otimismo ao Afeganistão. Com redução nos registros de Covid-19 e ligeiro cessar-fogo, os afegãos começaram a voltar às ruas.
Os ataques vão contra os apelos de cessar-fogo do governo afegão, que insistiu pelo acordo depois que 14 soldados foram mortos pelo Taleban no dia 20 de agosto. Além das negociações oficiais, a disputa intra-afegã tem a libertação de presos das duas partes como moeda de troca.
A ONU aposta no sucesso da tentativa de paz intra-afegã, disse a representante-especial da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama), Deborah Lyons.
Na última terça (15), o Conselho de Segurança da organização concordou em estender a missão de paz no país por mais um ano.