A embaixada dos EUA em Cartum, no Sudão, confirmou nesta segunda (14) que o país está oficialmente fora da lista de patrocinadores do terrorismo. O secretário de Estado Mike Pompeo assinou a retirada, já em vigor.
A medida pavimenta a reconciliação do país com a comunidade internacional após a queda do ditador Omar al-Bashir, em 2019.
O novo governo busca recuperar a sua imagem e, assim, reacessar o mercado de empréstimos e investimentos. Hoje a dívida externa do Sudão chega a US$ 60 bilhões.
O primeiro-ministro sudanês, Abdalla Hamdok, celebrou a saída. “Oficialmente, vamos a integrar a comunidade internacional como uma nação pacífica”, escreveu no Twitter.
Segundo Pompeo, o Sudão cumpriu todos os “critérios políticos” para deixar a lista. “[A retirada] representa uma mudança em nossa relação bilateral em direção a uma maior colaboração”, disse Pompeo à Associated Press.
O país africano de 42 milhões de habitantes integrou a lista de patrocinadores do terrorismo por 27 anos. Sem o Sudão, apenas Irã, Coreia do Norte e Síria permanecem na relação.
Contrapartida
As tratativas entre EUA e Sudão envolvem de até US$ 335 milhões em indenização a mais de 500 das 700 vítimas de ataques terroristas às embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia, em 1998.
A rede Al-Qaeda conduziu os ataques à época, enquanto o líder do grupo extremista, Osama bin Laden, operava do Sudão.
As famílias das vítimas do ataque de 11 de setembro de 2001, em Nova York, também processaram o Sudão, mas ainda não há definição sobre um possível ressarcimento.
Além do ressarcimento, os EUA também condicionaram a saída à normalização de laços com Israel. O Sudão concordou em manter relações diplomáticas, assim como Emirados Árabes Unidos, Bahrein e, mais recentemente, Marrocos.