Governo dos EUA alerta seus cidadãos para o risco de ataques terroristas na Turquia

Washington lançou a advertência após protestos de grupos de extrema direita terem enfurecido a comunidade muçulmana

Cidadãos norte-americanos na Turquia foram alertados pela embaixada dos EUA para o risco aumentado de atentados terroristas em Istambul. Os possíveis alvos, segundo o comunicado de Washington, seriam áreas frequentadas por ocidentais, como os bairros de Beyoglu, Galata, Taksim e Istiklal. As informações são do jornal Times of Israel.

De acordo com a embaixada norte-americana, “possíveis ataques iminentes de retaliação por terroristas” podem ser registrados depois que protestos de grupos de extrema direita, ofensivos ao Islã, ocorreram na Suécia e na Holanda e enfureceram a comunidade muçulmana.

Basílica Hagia Sofia, em Istambul, na Turquia (Foto: Pexels)

Um ativista de extrema direita sueco-dinamarquês, identificado como Rasmus Paludan, queimou o Alcorão, o livro sagrado do Islamismo, em frente à embaixada da Turquia em Estocolmo, capital da Suécia. Já Edwin Wagensveld, líder do movimento Pegida, na Holanda, arrancou páginas do Alcorão perto do parlamento holandês e pisou nelas.

As ações revoltaram os muçulmanos, que foram às ruas protestar. Já o governo turco condenou os atos, praticados em meio à incerteza quanto ao ingresso da Suécia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Ancara tem bloqueado o pedido dos suecos sob o argumento de que o país dá abrigo a indivíduos classificados pelos turcos como “terroristas“.

Paludan prometeu, inclusive, que repetiria o protesto, queimando o Alcorão em frente à embaixada turca de Copenhague, a capital dinamarquesa, todas as sextas-feiras, até que Ancara aceite o ingresso dos suecos na Otan.

Em aparente ação retaliatória ao aviso divulgado por Washington, o governo da Turquia alertou seus cidadão para que evitem os EUA e os países europeus. Alega que “recentemente houve ataques verbais e físicos contra estrangeiros e atos de racismo cometidos nos Estados Unidos” e que há, atualmente, “níveis perigosos de intolerância religiosa e ódio na Europa”.

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