Seis soldados franceses são feridos em explosão na região central do Mali

Atentado ocorre em meio ao processo de redução das tropas da França no Sahel africano, determinada pelo presidente Emmanuel Macron

Um ataque suicida com carro-bomba feriu seis soldados franceses e quatro civis na cidade de Gossi, região central do Mali, na segunda-feira (21). A informação é da emissora de TV France 24 

Os órgãos oficiais não informaram o estado de saúde dos feridos, que foram retirados do local em helicópteros militares. “A explosão foi tão forte que quebrou as janelas de algumas casas da região”, disse à Reuters o prefeito de Gossi, Moussa Ag Almouner.

Seis soldados franceses são feridos em explosão na região central do Mali
Exército francês em missão no oeste do Sahel africano, em 2015 (Foto: Wikimedia Commons)

“Estilhaços voaram por até três quilômetros desde o local da explosão. Isso indica que a bomba era grande”, analisou Wassim Nasr, especialista em terrorismo da France 24. “Também há relatos de uma troca de tiros entre jihadistas e forças francesas ao norte do local, o que sugere um confronto complicado para os militares”.

Retirada de tropas

A região tem forte atuação de duas milícias extremistas islâmicas, a Al Qaeda e o EI (Estado Islâmico). Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado. Na semana passada, um membro do alto escalão do EI foi preso pelo exército francês na região. No domingo, (20), o líder da Al-Qaeda no Magrebe conclamou seus combatentes a intensificar os ataques a tropas da França na região.

Os recentes confrontos acontecem em meio ao processo de redução das tropas francesas do oeste do Sahel africano, por ordem do presidente Emmanuel Macron. A missão Barkhane teve início em 2013, e desde então 55 soldados franceses morreram em combate ou ataques terroristas. Atualmente, 5,1 mil militares do país estão ativos por lá. 

Especialistas e políticos ocidentais enxergam uma geopolítica delicada na região, devido ao aumento constante da influência de grupos jihadistas. Além disso, trata-se de uma posição importante para traficantes de armas e pessoas. A retirada das tropas de Macron tende a aumentar a violência.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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