Na quinta-feira (25), durante uma visita a Hong Kong, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, solicitou que a cidade impeça a Rússia de usar seu centro financeiro para contornar as sanções ocidentais. As informações são da rede CNN.
Durante encontro, Kuleba pediu ao líder honconguês, John Lee, que tome medidas para evitar que Moscou e empresas russas usem a cidade para driblar os embargos impostos devido à invasão da Ucrânia, conforme declarado pelo Ministério das Relações Exteriores ucraniano. A visita de Kuleba à região administrativa especial foi o último compromisso de sua viagem à China, marcando a primeira vez que uma alta autoridade ucraniana visitou o aliado da Rússia desde o início da agressão ao território ucraniano há quase dois anos e meio.
Os EUA e a União Europeia (UE) impuseram sanções a várias empresas em Hong Kong e na China continental por ajudarem Moscou a evitar as rigorosas medidas aplicadas em resposta à invasão da Ucrânia, incluindo o fornecimento de bens essenciais de dupla utilização, como semicondutores, muito embora o envio de chips eletrônicos e outros produtos chineses restritos e do território semiautônomo tenha diminuído neste ano.

Além disso, Washington considera Hong Kong e a China como rotas cruciais para a Rússia adquirir materiais para suas forças armadas, como drones.
Itens de uso duplo são produtos que podem ser usados tanto para fins civis quanto militares, e alguns deles são essenciais para a defesa da Rússia, segundo os EUA. Um porta-voz do governo de Hong Kong afirmou que a cidade aplica rigorosamente as sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Hong Kong também afirmou que não é obrigada a aplicar sanções unilaterais de outros países, como no caso de um mega iate de propriedade de um magnata russo em 2022. No entanto, muitas empresas e bancos em Hong Kong seguem as sanções dos EUA para evitar exclusão do sistema financeiro global.
A China, a segunda maior economia global, mantém uma posição neutra na guerra na Ucrânia, mas estabeleceu uma parceria “sem limites” com a Rússia poucos dias antes da invasão de 2022. Além disso, tem oferecido apoio diplomático e ajudado a sustentar a economia de guerra russa.
O governo de Hong Kong afirmou anteriormente que não adota sanções unilaterais impostas por outros países, mas aplica rigorosamente as sanções determinadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, seguindo as diretrizes do Ministério das Relações Exteriores da China.