O Ministério da Defesa da Ucrânia anunciou na segunda-feira (28) que a semana passada foi a mais mortífera para as tropas da Rússia em toda guerra, com 10.490 soldados mortos entre os dias 21 e 27 de outubro. Os dados superam, assim, os registrados nos sete dias anteriores, que segundo Kiev haviam estabelecido o recorde anterior.
“Nova semana, novo recorde. As perdas de pessoal russo na semana passada totalizaram 10.490 soldados. É o maior número semanal desde que a invasão começou. Por duas semanas seguidas, as perdas russas em combate ultrapassaram 10.000 pessoas”, diz post feito pelo governo ucraniano na rede social X, antigo Twitter,
New week—new record
— Defense of Ukraine (@DefenceU) October 28, 2024
russian personnel losses last week amounted to 10,490 soldiers.
It's the highest weekly number since the invasion began. For two weeks in a row, russian combat losses exceed 10,000 people. pic.twitter.com/fT7tzR7Dna
Desde que a guerra teve início, no dia 24 de fevereiro de 2022, a Ucrânia calcula que Moscou tenha perdido, entre mortos e feridos, 690.720 soldados. Embora essas estatísticas careçam de verificação independente e considerando que o governo russo não divulga dados do gênero, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) parece endossá-las.
Ao justificar suas afirmações, o chefe da aliança citou os dados fornecidos por Kiev de baixas inimigas. “Mais de 600 mil soldados russos foram mortos ou feridos na guerra de Putin, e ele é incapaz de sustentar seu ataque na Ucrânia sem apoio estrangeiro”, disse o chefe da aliança militar transatlântica Mark Rutte, segundo o site Politico.
Como Moscou não divulga estatísticas nem as comenta, o levantamento mais confiável é feito em parceria pela rede BBC e o site investigativo Mediazona. Os investigadores consideram apenas casos em que é possível identificar os combatentes pelo nome, e até 10 de outubro haviam conseguido registrar 72.899 russos mortos.

Recrutamento emergencial
Um indício do quanto as baixas são impactantes para Moscou são as medidas emergenciais adotadas pelo Kremlin para repor as perdas. O presidente Vladimir Putin assinou no início em setembro um decreto que determina a adição de 180 mil novos combatentes às Forças Armadas do país, elevando o efetivo para 1,5 milhão. A determinação passará a valer em dezembro.
Outra medida que expõe o tamanho do problema foi anunciada em julho: a oferta de um atraente prêmio financeiro aos cidadãos de Moscou dispostos a combater.
O governo da capital russa prometeu um bônus único de 1,9 milhão de rublos (R$ 111 mil em valores atuais) aos moscovitas que assinarem contrato com as Forças Armadas. Com os acréscimos previstos em lei, como salários e auxílios regionais, a quantia recebida por cada soldado pode chegar a 5,2 milhões de rublos (R$ 304 mil) no primeiro ano de serviço, segundo o jornal The Telegraph.
O envelhecimento as tropas no campo de batalhas igualmente fortalece o argumento de quem aponta baixas elevadas entre os russos. O site independente Verstka afirma que Moscou vem recrutando cada vez mais pessoas na casa dos 50 anos, uma medida que não apenas envelhece as Forças Armadas, mas compromete o desempenho no campo de batalhas.