O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou na segunda-feira (16) que 180 mil novos combatentes serão adicionados às Forças Armadas do país, elevando o efetivo para 1,5 milhão. As informações são do jornal The Moscow Times.
O decreto assinado por Putin, que entra em vigor no dia 1º de dezembro, marca o terceiro aumento do efetivo militar russo desde a invasão da Ucrânia pelas tropas de Moscou, em 24 de fevereiro de 2022. O presidente já havia tomado decisão semelhante em agosto de 2022 e, mais recentemente, em dezembro de 2023.
A adição de novos combatentes às Forças Armadas ocorre com frequência devido ao elevado número de baixas entre as forças do Kremlin. Isso tem forçado Moscou a investir em campanhas de recrutamento cada vez mais ousadas, de forma a cumprir a meta de entregar às Forças Armadas cerca de 25 mil novos combatentes por mês.
Uma medida anunciada em julho foi a oferta de um atraente bônus financeiro aos cidadãos da capital russa dispostos a combater, sob a promessa de que receberiam até 5,2 milhões de rublos (R$ 340 mil) no primeiro ano de serviço, segundo o jornal The Telegraph.
A campanha, coordenada pelo governo regional de Moscou, oferece um bônus único de 1,9 milhão de rublos (R$ 124 mil) aos moscovitas que assinarem contrato para servir às Forças Armadas. Com os acréscimos previstos em lei, como salários e alguns auxílios regionais, o faturamento dos primeiros 12 meses pode aumentar consideravelmente.
Quase 70 mil mortes confirmadas
Como a Rússia não divulga números oficiais de mortos e feridos, estimativas feitas por governos estrangeiros e analistas independentes são a única fonte de dados sobre a questão.
O Ministério da Defesa da Ucrânia, por exemplo, calcula que a Rússia registrou até agora 633,8 mil baixas, entre mortos e feridos. Os números foram atualizados pela última vez no domingo (15).
Uma avaliação mais precisa, entretanto, é feita em parceria pela rede BBC e o site Mediazona. Os dois veículos de mídia levam em conta somente militares que foram identificados pelo nome e cujas mortes foram confirmadas oficialmente. Para tanto, usam informações publicamente disponíveis, como documentos oficiais, manifestações de familiares em redes sociais e publicações da imprensa regional.
Com base no método criterioso de apuração, a BBC e o Mediazona dizem que conseguiram confirmar até agora 69.059 mortes. E isso representaria apenas uma parcela dos militares russos que de fato perderam a vida no conflito, vez que não entram na lista casos que carecem de confirmação. Os investigadores dizem que “o número real de mortes russas provavelmente será muito maior.”