Refugiados vindos do Mali, país da África Ocidental, foram alvo de um suposto ataque de forças de segurança do vizinho Burkina Faso. As informações vêm de denúncias feitas nesta segunda (4) pelo Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados).
No último sábado (2), pelo menos 32 pessoas teriam se ferido após um ataque ao campo de refugiados de Mentao. O local fica próximo à fronteira de Burkina Faso com o Mali. Algumas delas teriam sofrido ferimentos graves.
De acordo com testemunhas, as forças de segurança burquinesas teriam invadido o local. O ataque começou com uma busca de elementos armados que teriam participado de um ataque a soldados no mesmo dia. O incidente teria deixado um soldado morto e outro, desaparecido.
Os alojamentos do campo passaram por uma revista e homens e meninos teriam sido forçados a deixar suas casas, espancados por bastões, cintos e cordas.
Os refugiados foram acusados pelas forças de segurança de serem cúmplices dos homens envolvidos no ataque aos soldados. Eles teriam sido ameaçados a deixar o campo em até 72 horas ou morreriam.
“As ações das forças de segurança, como informadas, são totalmente inaceitáveis”, afirmou a diretora do escritório regional do Acnur para a África Ocidental e Central, Millicent Mutuli.
Os feridos estão sendo tratados no centro de saúde da cidade de Djibo, a 45 quilômetros da fronteira malinesa. Quatro deles tiveram membros fraturados.