Ao menos 287 pessoas — incluindo dois membros do Médicos sem Fronteiras e outros dois trabalhadores humanitários — morreram em conflitos violentos entre comunidades do estado de Jonglei, região no oeste do Sudão do Sul. As informações são da Al Jazeera.
De acordo com as autoridades, outras 300 pessoas ficaram feridas durante os ataques entre as comunidades dos povos Murle e Lou Nuer no último dia 16. Entre os feridos estão pessoas atingidas por arma de fogo. O governo acredita que o número deve aumentar nos próximos dias.
Muitas cabanas ainda teriam sido destruídas pelo fogo. Uma patrulha da missão da ONU no país do norte da África foi enviada à cidade de Pieri, próxima à região, para interrogar os sobreviventes.
Violência
Um comissário do condado de Uror informou à agência de notícias DPA que homens fortemente armados da etnia Murle atacaram seis aldeias no último sábado.
As autoridades acreditam que o ataque foi motivado por vingança por um episódio semelhante em fevereiro. Na ocasião, homens da etnia Lou Nuer roubaram gado e sequestraram crianças da etnia Murle.
Há seis anos, o Sudão do Sul sofre com a guerra civil, que já deixou 380 mil mortos e milhões de desalojados.
O presidente Salva Kiir e o vice, Riek Machar, ex-líder rebelde, chegaram a um acordo para formar um governo único em fevereiro. Mesmo assim, continuam em desacordo sobre quem irá governar os dez estados do país.
Embora a violência política tenha diminuído desde o acordo, a falta de governadores dos estados criou um vácuo no poder. A ausência fomenta a violência entre as comunidades, explicou o enviado especial da ONU ao Sudão do Sul, David Shearer.
As tensões aumentaram desde que as enchentes de agosto do ano passado mataram milhares de cabeças de gado, essenciais para a sobrevivência dos sul-sudaneses.