Crescimento do extremismo ameaça educação no oeste da África

Cerca de 350 mil crianças foram forçadas a permanecer em casa nos últimos anos por causa de ataque contra escolas

O crescimento do extremismo ameaça a educação no oeste da África. Em Burkina Faso, 107 escolas foram incendiadas, saqueadas e destruídas por militantes que se opõem à educação secular desde 2017, de acordo com um relatório da Human Rights Watch.

Metade dos ataques documentados pelo grupo de direitos humanos ocorreu no ano passado. Cerca de 350 mil crianças foram forçadas a permanecer em casa nos últimos anos por causa da ataque contra escolas de grupos militantes alinhados a Al-Qaeda e ao Estado Islâmico.

Segundo a revista norte-americana Foreign Policy, o crescimento de ataques de grupos extremistas contra a educação secular levou 1,9 milhão de crianças a faltarem às aulas em toda a África Central e Ocidental. Os dados foram divulgados pelo Unicef no ano passado.

Fora da escola, crianças correm mais risco de serem recrutadas pelos grupos armados ou serem forçadas ao casamento infantil, segundo a Aljazeera.

Crescimento do extremismo ameaça educação no oeste da África
Crianças em escola de Ouagadougou, em Burkina Faso (Foto: Eskinder Debebe/UN Photo)

Sahel

Em Burkina Faso, no ano passado, mais de 700 mil pessoas foram forçadas a deixarem suas casas por causa dos confrontos entre grupos armados e as forças de segurança.

Só no último ano, a atividade terrorista cresceu cinco vezes no Sahel, região de transição entre o norte da África e o deserto do Saara. Os ataques têm sido mais graves nas áreas de fronteira sem governo entre Mali, Níger e Burkina Faso.

Apesar da diferença ideológica, grupos ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico têm trabalhado juntos para assumir o controle das regiões sem governo no Sahel.

Segundo a Foreign Policy, uma recente ruptura na relação entre esses dois grupos aumenta o risco de conflito, o que traria ainda mais impactos para uma região que já sofre com conflitos e suas consequências há anos.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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