Etiópia desenvolve plataforma local para desafiar Facebook, Twitter e WhatsApp

A intenção do governo etíope é de que plataforma local “substitua” serviços globais

A Etiópia está desenvolvendo sua própria plataforma de mídia social para concorrer com os serviços do Facebook, Twitter e WhatsApp. Apesar do anúncio, agência estatal de segurança de comunicações alega que não pretende bloquear as redes sociais globais no país, segundo a agência qatari Al Jazeera.

A intenção do governo etíope é de que plataformas locais “substituam” serviços como Facebook, Twitter e aplicativos de mensagens e teleconferências, como WhatsApp e Zoom, disse nesta segunda-feira (23) o diretor-geral da INSA (Agência de Segurança das Redes de Informação, da sigla em inglês), Shumete Gizaw.

Ele acusa o Facebook de deletar posts e contas de usuários que alega estarem “disseminando a verdadeira realidade sobre a Etiópia”. Em junho, antes das eleições regionais, uma rede de perfis associada a membros da INSA, órgão nacional responsável por monitorar a internet e as telecomunicações no país, foi deletada no Facebook e no Instagram.

Garota etíope faz uma chamada em seu smartphone (Foto: UNICEF Ethiopia/Flickr)

Grupos internacionais de direitos humanos têm feito críticas às autoridades etíopes por conta de bloqueios não justificados ​​de serviços de mídia social, incluindo Facebook e WhatsApp, no ano passado. O governo não se pronunciou sobre as interrupções.

Gizaw se recusou a especificar um cronograma, orçamento e outros detalhes sobre o lançamento da nova plataforma, mas disse à agência de notícias Reuters: “A lógica por trás do desenvolvimento de tecnologia com capacidade local é clara. Por que você acha que a China está usando o WeChat?”.

Ele disse que a Etiópia tem a experiência local para desenvolver as plataformas e não contrataria uma equipe de fora do país para executar o projeto.

Conflito nas redes

A Etiópia está envolvida desde 2020 em um conflito que opõe a TPLF  (Frente de Libertação do Povo Tigré), partido político com um braço armado controla a região de Tigré, às forças de segurança nacionais, amparadas pelo exército da vizinha Eritreia.

Apoiadores de ambos os lados travaram uma guerra paralela de publicações nas redes sociais.

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