Rede social chinesa WeChat exclui arbitrariamente grupos com temática LGBTQIA+

A ação indica um aumento do controle sobre conteúdo LGBTQIA+ por parte do Partido Comunista Chinês (PCC)

Diversos perfis relacionados a temas LGBTQIA+ foram arbitrariamente excluídos da rede social chinesa WeChat, a mais popular do país asiático. As contas eram administradas por alunos universitários e organizações não-governamentais, segundo a agência Associated Press.

A ação indica um aumento do controle sobre conteúdo LGBTQIA+ por parte do Partido Comunista Chinês (PCC), que governa o país e impõe forte censura à manifestação de opinião.

O WeChat é um aplicativo de uso rotineiro de muitos chineses, e a exclusão dos grupos cria enorme obstáculo na rotina de entidades ligadas à causa gay. Mesmo fora da China não é possível acessar os grupos apagados, segundo a agência Reuters.

WeChat fechou grupos com temática LGBTQIA+ na China (Foto: Flickr)

Os gestores dos perfis bloqueados foram informados da exclusão por terem supostamente “violado as regras” da plataforma, sem qualquer explicação sobre quais teriam sido essas regras. Foram apagadas histórias pessoais contadas por usuários do WeChat, bem como fotos e informações sobre eventos.

A homossexualidade foi descriminalizada pelo governo chinês em 1997 e, mais recentemente, em 2001, foi excluída da lista de distúrbios mentais pela Sociedade Chinesa de Psiquiatria. Mas isso não colocou fim à perseguição que existe no país à comunidade LGBTQIA+.

Em maio, autoridades universitárias chinesas pediram a alunos que fechassem grupos com temática gay em redes sociais, ou então que deixam de mencionar ali os nomes de suas universidades. Na província de Jiangsu, foi aberta uma investigação contra grupos que lutam pelos direitos das mulheres e da minorias sexuais, sob a justificativa de “manter a estabilidade”.

Os EUA se manifestaram sobre a exclusão dos grupos. “Nós nos opomos ao uso de restrições de rede para suprimir a liberdade de expressão online, seja na China ou em qualquer outro lugar”, disse o porta-voz do Departamento de Estado Ned Price.

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