Exército da Nigéria diz que seis líderes terroristas se renderam e 63 foram mortos

Números referem-se a operação de contraterrorismo conduzida pelas forças de segurança entre os dias 1º e 14 de julho

As forças de segurança da Nigéria anunciaram nos últimos dias o que consideram mais uma grande vitória contra o extremismo no país. Segundo informou o Ministério da Defesa na quinta-feira (14), seis importantes figuras de facções terroristas, todas com postos de liderança, se entregaram às autoridades. As informações são do jornal loca Punch.

Ao informar sobre a evolução das operações de contraterrorismo, o diretor de operações de mídia de defesa, major-general Benard Onyeuko, afirmou ainda que quase quatro mil terroristas se renderam às forças de segurança entre os dias 1º e 14 de julho.

“Em 13 de julho de 2022, seis principais comandantes terroristas se renderam às nossas tropas em Gwoza. É pertinente notar que desde a rendição dos terroristas às nossas tropas, o alto calibre dos comandantes rendidos neste momento é inédito”, afirmou Onyeuko.

Os extremistas que se entregaram seriam todos membros do Boko Haram e do ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental), duas facções ligadas ao Estado Islâmico (EI) que têm um histórico de rivalidade, mas que teriam se aliado recentemente.

Ação do exército da NIgéria contra grupos armados, em 2 de setembro (Foto: reprodução/Facebook)

Quanto aos 63 terroristas mortos, eles teriam sido alvo de uma operação aérea em Tumbum Jaki e Tumbum Murhu, perto do Lago Chade, no Estado de Borno. “O ataque aéreo bem-sucedido neutralizou vários terroristas do Boko Haram e destruiu seu esconderijo”, declarou o major-general. 

As operações das forças de segurança nigerianas também teriam apreendido armamento em grande escala. Na lista estariam 17 rifles AK47, uma granada e um lançador RPG (granada lançada por foguete, da sigla em inglês), cinco granadas de mão, cinco canhões dinamarqueses e centenas de cartuchos de munição de calibres diversos. Veículos, combustível e alimento também foram apreendidos.

Por que isso importa?

Terroristas do Boko Haram lutam para criar um califado islâmico no nordeste nigeriano. A ação já se espalhou para países vizinhos como Camarões, Chade, Níger e Benin, com assassinatos regulares, queima de mesquitas, igrejas, mercados e escolas e ataques a instalações militares.

Ultimamente, porém, o grupo passou a colecionar derrotas. Em junho de 2021, militantes do Boko Haram gravaram um vídeo no qual confirmaram a morte de Abubakar Shekau, seu notório ex-comandante.

Shekau morreu no dia 19 de maio, em um confronto com jihadistas do ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental) na floresta de Sambisa, no nordeste da Nigéria. “Shekau detonou uma bomba e se matou”, disse um militar nigeriano, em áudio ouvido pelo “Wall Street Journal” à época.

Formado por dissidentes do Boko Haram, o ISWAP se afastou de Shekau em 2016 e passou a se concentrar em alvos militares e ataques de alto perfil, inclusive trabalhadores humanitários. Depois da morte de Shekau, informações sugerem que houve uma aproximação entre os dois grupos.

O Programa de Desenvolvimento da ONU (Organização das Nações Unidas) estima que o conflito entre jihadistas e militares na Nigéria resultou em mais de 30 mil mortes diretas, além de outras mais de 300 mil mortes por causas indiretas.

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