Insegurança compromete entrega de ajuda humanitária em meio ao conflito do Sudão

Caminhões estão prontos para levar auxílio a quatro milhões de pessoas, e mesmo em áreas sem confrontos há relatos de escassez de itens vitais

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

Agências da ONU (Organização das Nações Unidas) querem avançar com mais rapidez com artigos em apoio aos afetados pelo conflito no Sudão. Pelo menos 168 caminhões estão preparados para ajudar quatro milhões de pessoas, segundo a organização, mas a violência é um obstáculo.

O Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (Ocha) revelou que o movimento deve ser feito a partir da cidade de Porto Sudão para as regiões de Gadaref, Kasala e Al Jazirah.

No entanto, a urgência é para que “se estabilizem condições de segurança e sejam suspensos os entraves burocráticos” para que mais ajuda possa ser transportada aos necessitados.

O representante das Nações Unidas no Sudão, Volker Perthes, disse que as necessidades alimentares são cada vez crescentes após cinco semanas de combates.

Ele destacou estimativas apontando agora para entre 18 ou 19 milhões de pessoas carentes e a necessidade de mais dinheiro para as operações humanitárias.

Milhares de refugiados atravessam a fronteira para o Chade fugindo da violência no Sudão (UNHCR/Aristophane Ngargoune)
Estados não afetados pelos combates

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que até segunda-feira (22) mais de dois terços dos hospitais não estavam operando em áreas com combates. Apenas 28 instalações sanitárias operam, total ou parcialmente, nessas áreas.

A agência diz que hospitais, em estados não afetados pelos combates, estão ficando sem material e pessoal, bem como combustível, oxigênio e estoques em bancos de sangue.

A Organização Internacional para Migrações (OIM) estima que os combates entre o Exército do Sudão e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) já tenham feito 1,3 milhão de pessoas abandonarem suas casas.

Mortos e feridos

Na quarta-feira (24), a agência das Nações Unidas explicou que um milhão de sudaneses procuram abrigo no país, enquanto 320 mil fugiram para países vizinhos como Egito, Sudão do Sul, Chade, Etiópia, República Centro-Africana e Líbia.

O Sindicato dos Médicos Sudaneses diz que desde o início dos confrontos, em 15 de abril, 863 civis perderam a vida, incluindo pelo menos 190 crianças. O total de feridos ultrapassa 3,5 mil pessoas.

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