Líder do Boko Haram estaria em estado gravíssimo após tentativa de ‘martírio’

Apesar da disparidade nas versões, duas fontes militares da Nigéria confirmaram gravidade no estado de Abubakar Shekau

O líder do grupo terrorista Boko Haram, Abubakar Shekau, pode estar em estado gravíssimo, disseram duas fontes de inteligência da Nigéria à AFP. O homem teria tentado se suicidar para não ser capturado em um confronto contra jihadistas do ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental).

Os dois grupos se enfrentaram em uma série de embates no norte do país africano. Na quarta (19), Shekau teria sido cercado junto de seus combatentes na floresta de Sambisa. “Para evitar a captura, Shekau deu um tiro no peito e a bala perfurou seu ombro”, disse uma fonte. “Ele está em estado grave”.

Alguns de seus aliados conseguiram levar o líder para um esconderijo. Outra pessoa, porém, relatou que Shekau se feriu depois de detonar explosivos. Ainda não há confirmação sobre a veracidade das versões.

Líder do Boko Haram estaria em estado gravíssimo após tentativa de 'martírio'
O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, em pronunciamento, sem especificação de local ou data (Foto: Reprodução/Youtube/Boko Haram)

Formado por dissidentes do Boko Haram, o ISWAP se separou de Shekau em 2016 e, desde então, se concentra em alvos militares e ataques de alto perfil – inclusive contra trabalhadores humanitários. Os grupos disputam o controle do estado de Borno, ao nordeste da Nigéria.

O estado crítico do líder tende a golpear a facção, que já está enfraquecida após ataques aéreos militares contra suas células. Shekau ficou conhecido após o sequestro das cerca de 300 meninas de Chibok, em 2014.

Líder perigoso

Enquanto fontes dizem que Shekau está em estado grave também surgem versões sobre sua morte. O tabloide britânico “Daily Star” noticiou que o líder jihadista “se explodiu” no confronto e teria morrido.

Ele já foi relatado como morto diversas vezes desde que assumiu o controle do Boko Haram, em 2009, logo após a morte do fundador do grupo, Muhammad Yusuf, no mesmo ano.

Sob a liderança de Shekau, o grupo jihadista proclamou uma espécie de “califado” na cidade de Gwoza, em 2014. Os extremistas foram expulsos no ano seguinte. A violência no nordeste da Nigéria já matou mais de 40 mil civis e forçou o deslocamento de dois milhões.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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