Nigéria impõe toque de recolher após sequestros de meninas em Zamfara

Violência irrompeu durante a retorno de 279 meninas às suas famílias; uma pessoa morreu e três ficaram feridas

As autoridades da Nigéria declararam toque de recolher e fecharam o comércio de Jangebe, na província de Zamfara, no nordeste do país, depois que uma onda de ataques atrapalhou o retorno de 279 estudantes sequestradas, na quinta (4).

Um grupo não identificado atirou e jogou pedras em direção do comboio que assegurava a segurança na entrega das meninas às suas famílias. Uma pessoa morreu após ser baleada e duas ficaram feridas, disse a Reuters.

Em resposta, a polícia lançou gás lacrimogêneo enquanto soldados atiraram para o alto. Um porta-voz de Zamfara classificou a confusão como uma “desobediência civil lamentável” e afirmou que o governo impôs a restrição para evitar uma “nova violação da paz”.

O toque de recolher passa a valer das 18h às 6h. As atividades comerciais devem permanecer suspensas até segundo aviso. Membros do governo disseram ter “fortes evidências” de que os mercados “ajudaram e incitaram” os criminosos.

Nigéria impõe toque de recolher após retorno de meninas assaltadas a Zamfara
Vídeo divulgado pelo Boko Haram em agosto de 2016 mostra parte das meninas sequestradas em escola de Chibok, na Nigéria, em 2014 (Foto: Reprodução/Youtube/Boko Haram)

Zona de exclusão

Insurgentes armados do grupo terrorista Al-Shabaab invadiram um colégio interno e capturaram as meninas na madrugada do dia 26. O governo garantiu a libertação das estudantes na terça (2), após passarem por exames médicos.

O sequestro em massa de Jangebe foi o terceiro em uma escola do norte da Nigéria desde dezembro. No dia 1, o presidente nigeriano Muhammadu Buhari ordenou a implantação militar maciça em Zamfara, proibiu a mineração e impôs uma zona de exclusão aérea no estado.

Em 2014, 276 meninas foram sequestradas pelo Boko Haram em uma escola secundária de Chibok, no estado de Borno, epicentro da insurgência no país. Mais de 100 estudantes capturadas no ataque seguem desaparecidas, disse a Deutsche Welle.

Grupos extremistas e violentos dominam as regiões norte e nordeste da Nigéria. Em seus ataques, que se intensificaram nos últimos anos, há sequestros, estupros e saques generalizados.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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