O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) estendeu na última quarta (4) a missão de paz em Darfur, no oeste do Sudão. Na reunião, foram estabelecidos ainda parâmetros para a missão de acompanhamento que começará em 1º de janeiro de 2021.
Com o enfraquecimento da missão após o novo coronavírus, ficou decidido que os trabalhos continuariam por mais dois meses. O número de tropas e policiais designados para a missão permanece o mesmo.
Em abril, o subsecretário-geral das Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix, afirmou que o fechamento dos aeroportos e a suspensão da troca de turnos das tropas, causados pela pandemia do Covid-19, impossibilitariam o fim da missão até 31 de outubro, como previsto.
A missão de acompanhamento, que terá uma duração de 12 meses, foi criada para auxiliar a mudança do país para um governo democrático e para apoiar a proteção e promoção dos direitos humanos e da paz de maneira duradoura.
Os trabalhos da ONU em Darfur, por meio da missão de paz, completam 13 anos no dia 31 de julho.

Crise
Até esta segunda (8), o Sudão registrou seis mil casos confirmados do coronavírus e 359 mortes. Os dados são da OMS (Organização Mundial da Saúde).
A subsecretária-geral da ONU para os Assuntos Políticos e Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, alertou que os desafios econômicos no Sudão podem piorar se a Covid-19 se espalhar de maneira mais ampla.
No país, 9,3 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária, o que aumenta a urgência em apoiar no país do norte do continente africano. O país tem 41,8 milhões de habitantes.
A nova crise chega ao país apenas um ano após Omar al-Bashir, que governou o país por 30 anos, ser retirado do poder. Bashir cumpre dois anos de prisão por corrupção.
O ex-presidente, que tomou o poder em 1989, deve ainda ser julgado pela acusação de genocídio durante o conflito em Darfur, em 2003. Cerca de 300 mil pessoas morreram e 2,5 mil foram deslocadas, de acordo com a ONU.