Sudão criminaliza a mutilação genital feminina

A OMS estima que 200 milhões de meninas e mulheres sofreram mutilações nos países onde ainda há a prática

O governo do Sudão, no nordeste da África, criminalizou no último dia 30 a mutilação genital feminina. A pena para quem for condenado pelo crime será de três anos de prisão.

Chamada também de circuncisão feminina, a prática envolve a remoção parcial ou total da genitália feminina externa, sem um motivo médico.

Estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que mais de 200 milhões de meninas e mulheres vivas hoje sofreram a mutilação em 30 países da África, Oriente Médio e Ásia.

Pesquisas do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) de 2014 destacavam que a taxa de prevalência da mutilação genital feminina no Sudão era de 86,6%.

A prática ainda ocorre em países vizinhos ao Sudão, como Egito e Etiópia. A mutilação genital feminina também está presente em outras nações africanas. Somália, Guiné, Quênia, Serra Leoa são algumas delas.

Mulher costura durante festival em El Fasher, no Sudão (Foto: Mohamad Almahady/UN Photo)

Violação dos direitos humanos

A mutilação genital feminina é reconhecida internacionalmente como uma violação dos direitos humanos de meninas e mulheres e uma forma extrema de discriminação de gênero.

Implicações imediatas da mutilação incluem dor severa, infecções, hemorragia, febre. A longo prazo, as complicações levam a problemas urinários e menstruais, complicações no parto, entre outros. A prática pode levar ainda a morte.

A OMS aponta que, a cada ano, antes de completarem 15 anos, três milhões de meninas correm o risco de serem mutiladas sem seu consentimento, tornando a prática também uma violação do direito das crianças.

“Essa prática não é só uma violação dos direitos de todas as meninas, é também prejudicial e traz sérias consequências para a saúde física e mental de uma menina”, afirma a representante do Unicef no Sudão, Abdullah Fadil.

Onde fica o Sudão (Foto: Reprodução/Google Maps)

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