A polícia do Quênia respondeu com o uso de gás lacrimogêneo e prisão de manifestantes em protesto que pedia o fim da brutalidade policial em Nairobi, capital do Quênia, nesta terça (7). A informação é da agência de notícias Reteurs.
O objetivo dos manifestantes era marchar até o centro da capital, mas muitos foram dispersos ou presos antes de chegarem ao destino final. Lá, a polícia reagiu com o uso de gás lacrimogêneo e mais prisões.
Segundo a agência de notícias Associated Press, cerca de 100 pessoas participaram de protestos em toda a capital.
Todo ano no dia 7 de julho, ativistas se reúnem para lembrar a data. Em 1990, opositores do então presidente Danel Arap Moi lançaram uma campanha para a abertura do pluripartidarismo no país.
Neste ano, a população também se manifestou contra a brutalidade policial, que afirmam ter crescido por causa das restrições impostas para conter a disseminação do novo coronavírus.
Segundo a polícia, o protesto foi interrompido por causa da proibição de aglomerações. Além disso, os manifestantes não teriam informado as autoridades sobre o protesto.
O comandante da polícia regional informou à Reuters que mais de 50 manifestantes foram presos, podendo ser soltos mediante pagamento de fiança.
A Anistia Internacional aponta que a polícia do Quênia já matou pelo menos 100 pessoas este ano. Destes, 21 óbitos ocorreram após violações às restrições ligadas ao Covid-19, como toque de recolher e o uso de máscaras de proteção.
No último fim de semana, manifestantes atearam fogo em uma delegacia no oeste do país. A revolta ocorreu depois que um policial supostamente matar um vendedor ambulante que vendia higienizadores para as mãos falsificados.
Grupos de direitos humanos classificam a força policial do Quênia, há duas décadas, como a instituição mais corrupta do país.