ONU: Dois anos depois, Moçambique ainda se recupera do ciclone Idai

Apesar da insegurança, mulheres tiveram papel crucial para reerguer comunidades após o desastre, relatou agente da ONU

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

Dois anos se passaram, mas Abel Cossa ainda lembra de tudo que viu naquele dia em que o ciclone Idai arrasou a cidade de Beira, em Moçambique, levando destruição e mortes a um povo que já sofria os efeitos de outros desastres naturais.

O funcionário do Programa Mundial de Alimentos conversou com a ONU News sobre suas memórias e diz que sua maior satisfação foi ver as famílias se reerguerem.  

Abel foi uma das primeiras pessoas no local após o ciclone Idai atravessar a região. Sua meta era distribuir assistência alimentar e ajudar na  reconstrução das casas e campos de cultivo destruídas pelo ciclone.

O Idai arrasou completamente quatro províncias e 50 distritos de Moçambique, afetando a vida de mais de 1,8 milhão de pessoas e inundou 700 mil hectares de plantações.  

A resposta humanitária envolveu várias agências das Nações Unidas. Entre elas, o Unfpa (Fundo da ONU para População), que apoia meninas e mulheres em ações de saúde sexual e reprodutiva. 

ONU: Dois anos depois, Moçambique ainda se recupera do ciclone Idai
Destruição em Moçambique após a passagem do ciclone Idai, em 2018 (Foto: Ocha/Saviano Abreu)

Mulheres à frente

A representante do Unfpa em Moçambique, Andreia Wojnar, diz que a data deve ser lembrada destacando o papel das mulheres que enfrentaram desafios únicos de género, como mães, grávidas e cuidadoras no meio de um desastre natural. 

Segundo Wojnar, o papel das mulheres foi crucial para ajudar a reerguer as comunidades após a tragédia. Conforme Cossa, muitas famílias ainda recebem apoio. Muitas dependem de assistência alimentar para trabalhar em suas fazendas ou na recuperação de bens ativos de suas comunidades, como pontes e escolas. 

“É é comovente testemunhar a resiliência de mulheres, crianças, homens. Muitos perderam entes queridos e tudo o que tinham no ciclone Idai. Ainda assim, eles conseguiram se recuperar gradualmente”, disse a chefe do Sistema ONU em Moçambique, Myrta Kaulard.

“Sua batalha contra eventos climáticos extremos é titânica. A ONU em Moçambique trabalhar para ajudar o país na sua corrida pela resiliência climática e desenvolvimento sustentável”.

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