ONU: Nações Unidas destacam drama das mulheres em Cabo Delgado

Falta de acesso à saúde, inclusive partos, gera preocupação das agências humanitárias em Moçambique

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal da notícias ONU News, da Organização das Nações Unidas

Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, diz que mulheres são maior parte dos deslocados por conflito no norte de Moçambique; pelo menos 127 mil estão em idade reprodutiva e mais de 1,6 mil partos ocorrerão este mês; dezenas de milhares não têm acesso a contraceptivos arriscando gravidezes indesejadas.

A representante da agência da ONU para saúde sexual e reprodutiva, Unfpa, em Moçambique afirmou que as mulheres são as grandes vítimas da violência em Cabo Delgado, que vive um conflito entre tropas do governo e extremistas islâmicos, no norte do país.

A crise humanitária levou o Unfpa e outras agências da ONU a lançarem um apelo por ajuda nesta quarta-feira. 

Consequências

A representante do Fundo das Nações Unidas para a População, Andrea Wojnar, destacou violência de gênero, gravidez indesejada e mortes causadas por complicações no parto como algumas das consequências da violência.

ONU: Nações Unidas destacam drama das mulheres em Cabo Delgado
Deslocados de Cabo Delgado separam artefatos para armazenar água, em Moçambique, dezembro de 2020 (Foto: Unicef/Mauricio Bisol)

Falando a jornalistas na conferência virtual, Andrea Wojnar citou a necessidade de um esforço conjunto e ação imediata para os deslocados do conflito para evitar que as consequências sejam irreversíveis para o país.

Dados do Unfpa em Moçambique indicam que mais de 2,5 mil mulheres e meninas precisam de cuidados vitais em resposta à violência sexual. 

Cerca de 1,5 mil grávidas poderão passar por complicações obstétricas já nos próximos seis meses.

Desafios 

Apesar da pandemia da Covid-19 e o conflito em Cabo Delgado, o Unfpa diz ter novos desafios, uma vez que nas comunidades as mulheres têm poder limitado sobre sua saúde sexual e reprodutiva. 

O encerramento contínuo de escolas continua a colocar as meninas em risco de gravidez na adolescência e casamentos forçados. 

De Maputo para ONU News, Ouri Pota 

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