ONU se diz ‘muito preocupada’ com uso da força contra manifestantes no Quênia

Relatórios estimam que o número de pessoas mortas chegue a 23, com dezenas de feridos durante as manifestações

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News

O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) disse na sexta-feira (14) que está muito preocupado com relatos de policiais no Quênia usando força excessiva para reprimir os recentes protestos, que deixaram dezenas de mortos e feridos no país africano.

As manifestações começaram devido ao que muitos quenianos consideram aumentos injustos de impostos e aumento da inflação no país, de acordo com reportagens da imprensa.

O porta-voz do ACNUDH, Jeremy Laurance, emitiu uma declaração condenando a violência e expressando preocupação com “alegações de uso desnecessário ou desproporcional da força, incluindo o uso de armas de fogo, pela polícia.”

Relatórios estimam que o número de pessoas mortas chegue a 23, com dezenas de feridos durante as manifestações.

Vista aérea de Nairóbi, capital do Quênia (Foto: ninara/WikiCommons)

O líder da oposição do Quênia supostamente pediu desobediência civil e protestos em todo o país contra o governo, em meio ao aumento do custo de vida e às preocupações com a crescente desigualdade. 

Grupos de oposição argumentam que os recentes aumentos de impostos, que o governo diz serem projetados para pagar dívidas e financiar a criação de empregos, aumentaram a carga tributária sobre as famílias, que já lutam para pagar as necessidades básicas e estão pedindo manifestações contínuas contra as novas políticas.

Investigações imediatas

“Pedimos investigações imediatas, completas, independentes e transparentes sobre as mortes e ferimentos”, disse Laurence. “Os responsáveis ​​devem ser responsabilizados. Medidas efetivas para prevenir mais mortes e ferimentos devem ser adotadas.”

O direito à manifestação pacífica é garantido pela constituição do Quênia, embora as autoridades tenham declarado os recentes protestos “ilegais” e afirmem que representam uma ameaça à segurança nacional. 

“Pedimos às autoridades que assegurem o direito de reunião pacífica, conforme garantido pela Constituição do Quênia e pela lei internacional de direitos humanos”, afirmou Laurence. “Apelamos à calma e incentivamos o diálogo aberto para lidar com as queixas sociais, econômicas e políticas, com o objetivo de identificar soluções duradouras no interesse de todos os quenianos”, acrescentou.

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