Paramilitares no Sudão negam responsabilidade por valas comuns contendo 87 corpos

Peritos afirmam que os cadáveres foram enterrados em covas rasas, de até um metro de profundida, entre os dias 20 e 21 de junho

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O alto comissário da ONU (Organização das Nações Unidas) para os direitos humanos, Volker Turk, condenou o assassinato de 87 civis no Sudão e disse que está “estarrecido com a forma insensível e desrespeitosa com a qual os mortos foram tratados”, assim como suas famílias e comunidades. 

Volker Turk se referiu ao descobrimento de valas comuns com 87 corpos enterrados entre 20 e 21 de junho em covas rasas de até um metro de profundidade. 

Segundo agências de notícias, as vítimas eram da etnia Masalit e teriam sido mortas pelas Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e milícias aliadas. Os paramilitares, que estão em choques com tropas do exército do Sudão desde 15 de abril, negaram participação nos assassinatos. 

Os corpos apareceram perto da El Geneina, capital do Estado de Darfur Ocidental, com base em informações confiáveis obtidas pelo Escritório de Direitos Humanos. 

Paisagem da cidade de El Geneina, capital de Darfur Ocidental, Sudão (Foto: UNAMID/Hamid Abdulsalam)

Em comunicado, Turk pediu ao grupo rebelde paramilitar do Sudão e outras partes no conflito para viabilizarem buscas rápidas dos mortos, a recuperação dos corpos e a evacuação com base na origem étnica das vítimas, como é a obrigação sob o direito internacional. 

Investigação rápida 

Turk disse ainda que o Sudão precisa lançar uma investigação rápida, íntegra e independente e levar os responsáveis à Justiça. 

Segundo as testemunhas, os esforços de mediação local para o acesso e enterro dos mortos leva muito tempo, e vários corpos ficaram pelas ruas por dias. 

Uma família contou que teve que aguardar 13 dias antes de obter a autorização para retirar o corpo do parente, que era um dignitário Masalit morto em 9 de junho pelas RSF e milícias aliadas. 

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