Presidente do Mali, na África ocidental, renuncia após prisão em motim

Rebelião iniciou na manhã desta terça (18); manifestantes nas ruas da capital Bamako pedem renúncia do governo

Atualizado em 19 de agosto, às 8h40

O presidente do Mali, Ibrahim Boubakar Keïta, renunciou ao mandato no final da tarde dessa terça (18). A renúncia ocorre após a prisão do mandatário e seu premiê, Boubou Cissé, por militares amotinados na capital, Bamako.

Na TV estatal, Keita, ele se pronunciou brevemente e afirmou que não quer que “sangue seja demarrado” para que ele prossiga no poder. “Eu realmente tenho escolha?”, disse, referindo-se às Forças Armadas intervencionistas.

Presidente e primeiro-ministro do Mali são presos durante motim
Motim em Bamako, capital de Mali. Agosto de 2020 (Foto: Twitter/Gazeteche)

A crise política no Mali se estende há meses. A tentativa de golpe teria iniciado com tiros na base militar de Bamako. Na cidade, manifestantes ligados ao imã Mahmoud Dicko, principal liderança dos protestos, atearam fogo em um prédio do governo e exigiram a renúncia do presidente.

O motim condena a Ecowas (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental), envolvida nas negociações para o fim da crise política no país. A influência da França na política malinesa, considerada excessiva, também é alvo dos amotinados.

O número de soldados que tomaram parte na ação não foi confirmado. Ainda não se sabe quem efetivamente está por trás do motim e no controle do país.

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